O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira, 7, que o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), será o culpado se crianças brasileiras adquirirem poliomielite. Durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, o chefe do Executivo criticou a decisão do magistrado de vetar um pronunciamento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em cadeia nacional de rádio e TV sobre a campanha contra a doença. Moraes justificou a proibição com o argumento de que seria uma "indevida personificação", no período eleitoral, de ações do governo.
"Pela segunda vez consecutiva, o Ministério da Saúde quer fazer propaganda, uma campanha para estimular a vacinação contra a polio. Pela segunda vez, o ministro Alexandre de Moraes, do TSE, nega esta campanha de vacinação", disse Bolsonaro. "E aí o pessoal começa a aproveitar. Olha, não vou vacinar contra a polio porque o presidente é negacionista, ele é contra a vacina . É o tempo todo assim. Crianças que porventura adquirirem polio tem um responsável: Alexandre de Moraes, no TSE, que tudo ele faz contra o nosso governo. Não se brinca com essa questão de saúde", emendou o presidente.
Mais cedo, Bolsonaro já havia elevado o tom contra Moraes. Aos gritos, durante coletiva no Palácio da Alvorada, o presidente afirmou que o Supremo está "o tempo todo usando a caneta para fazer maldade" e disse que a decisão de Moraes, que determinou a quebra do sigilo bancário do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, seu ajudante de ordens, é um crime.