Economia

Brasil precisa buscar acordos de forma pragmática e em várias frentes, diz OMC

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, avaliou que é “positivo” e “faz todo o sentido” que o Brasil esteja discutindo políticas comerciais e avaliando todos os impactos, para o País, de acordos comerciais. Tal postura refletiria uma estratégia de inserção internacional brasileira, assim como acontece com diversas outras nações.

“O Brasil precisa buscar acordos comerciais de forma bem pragmática em várias frentes: multilateral, bilateral, na OMC, enfim, onde quer que existam oportunidades interessantes. A experiência internacional mostra que países têm buscado oportunidades nas várias frentes de negociação”, comentou.

A declaração de Azevêdo foi feita via mensagem em vídeo preparada para o 16º Seminário sobre Comércio Internacional, promovido pelo Instituto Brasileiro de Estudos de Concorrência, Consumo e Comércio Internacional (Ibrac), que começou nesta sexta-feira, 10, e que terá o ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB), como palestrante que encerrará o evento no final da tarde. No material, Azevêdo ressaltou que “não existe necessariamente uma oposição de negociar na OMC ou de se negociar bilateral ou multilateral”. “Pelo contrário, negociar em várias frentes é a estratégia mais comum”, enfatizou.

Na visita de Serra a Paris, no começo do mês, o ministro questionou a legitimidade da OMC e indicou que o País pode se afastar do organismo, “tomando novos caminhos”. Para o chanceler, a instituição enfrenta imobilismo e falhou em derrubar os subsídios e barreiras sanitárias e fitossanitárias e ao apostar na Rodada Doha.

Ainda no vídeo, Azevêdo fez questão de mencionar que, nos últimos dois anos, a OMC realizou conquistas importantes, como o acordo de facilitação do comércio, que foi retificado por 80 países e que entrará em vigor em breve, além de acordos específicos em agricultura e Tecnologia da Informação (TI). “Queremos fazer mais e de maneira mais ágil”, disse, informando que nesse momento alguns diretores da OMC estão discutindo tarifas e bens ambientais de forma mais ampla, assim como querem aprofundar questões como comércio eletrônico de pequenas e médias empresas, investimentos, concorrência e subsídios a pesca.

“Sinto que as pessoas tornam a acreditar que as coisas voltam a acontecer na OMC. Há dias tivemos encontro com várias partes do mundo, representantes, que foi interessante ouvir as sugestões deles e claramente eles percebem o valor do guarda-chuva global da OMC”, falou.

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