O resultado das transações correntes seguiu negativo em novembro ao registrar um déficit de US$ 9,333 bilhões, informou o Banco Central, nesta sexta-feira, 19. O resultado ficou dentro das previsões coletadas pelo AE Projeções, mas bem próximo da projeção mais pessimista. O intervalo das previsões iam de um saldo negativo de US$ 7,700 bilhões a US$ 9,600 bilhões em novembro, e acima da mediana encontrada, de US$ 8,500 bilhões de déficit.
A previsão do BC para novembro, apresentada no final do mês passado, era de um saldo negativo de US$ 8 bilhões. Em novembro de 2013, o resultado havia ficado negativo em US$ 5,101 bilhões. De janeiro a novembro, o déficit em conta corrente está em US$ 80,030 bilhões, o que representa 3,98% do Produto Interno Bruto (PIB).
Já no acumulado dos últimos 12 meses até novembro de 2014, o saldo negativo está em US$ 88,659 bilhões, o equivalente a 4,05% do PIB. Em novembro, o saldo da balança comercial ficou no vermelho em US$ 2,351 bilhões, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 3,747 bilhões. A conta de renda também ficou deficitária no mês passado em US$ 3,407 bilhões.
Investimento Externo
O volume de Investimento Estrangeiro Direto (IED) atingiu US$ 4,644 bilhões em novembro, resultado que ficou bem abaixo dos US$ 8,334 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. O resultado do mês passado ficou acima da estimativa apresentada pelo chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, de US$ 4 bilhões.
Os aportes externos voltados ao investimento produtivo ficaram dentro das estimativas do mercado financeiro colhidas pelo AE Projeções, que iam de US$ 3,7 bilhões a US$ 5,0 bilhões, com mediana calculada de US$ 4,500 bilhões. No acumulado do ano até o mês passado, o IED soma US$ 55,845 bilhões, o equivalente a 2,78% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, o IED acumulado era de US$ 57,520 bilhões (2,79% o PIB). No últimos 12 meses até novembro, o IED está em US$ 62,321 bilhões, o que corresponde a 2,85 % do PIB.
O BC manteve em US$ 63 bilhões a projeção para o IED em 2014. O número é equivalente a 2,88% do Produto Interno Bruto (PIB). Para 2015, a instituição projeta IED de US$ 65 bilhões, o equivalente a 2,95% do PIB. O volume, no entanto, é maior do que a mediana esperada pelo mercado financeiro para esse indicador em 2014, no valor de US$ 60 bilhões, e também para 2015, de US$ 58,20 bilhões, como apontou a última pesquisa Focus.
A autoridade monetária ainda informou que elevou a projeção do ingresso de ações no País de US$ 12 bilhões para US$ 13 bilhões. Para os investimentos em renda fixa, no entanto, a previsão subiu de US$ 23 bilhões para US$ 28 bilhões.
Viagens
A conta de viagens internacionais registrou um déficit de US$ 1,245 bilhão em novembro. Esse saldo negativo, de acordo com o BC, é resultado do volume de despesas pagas por brasileiros no exterior (US$ 1,720 bilhão) acima das receitas obtidas com turistas estrangeiros em passeio pelo Brasil (US$ 475 milhões). O saldo negativo foi próximo ao visto em novembro de 2013, de US$ 1,298 bilhão. No acumulado do ano até o mês passado, o déficit da conta de viagens soma US$ 17,095 bilhões ante US$ 16,665 bilhões vistos em igual período de 2013.
No mês passado, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, disse que a conta de serviços, dentro das transações correntes, segue uma tendência de moderação, mais em ritmo bem mais moderado quando comparado a 2013. Ele observou que viagens internacionais, em função da alta do dólar, começam a esfriar. “Nos últimos três meses o dólar variou 15% e isso tende a afetar as viagens internacionais”, disse, no mês passado. Maciel comentará os dados de novembro a partir das 11 horas.
Lucros e dividendos
O saldo de remessas de lucros e dividendos ficou negativo em US$ 2,704 bilhões em novembro. No mesmo mês do ano passado, o resultado registrou um saldo negativo de US$ 2,842 bilhões. No acumulado de 2014 até o mês passado, o saldo está negativo em US$ 22,429 bilhões, ante US$ 21,215 bilhões no mesmo período de 2013.
O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 729 milhões em novembro e US$ 11,626 bilhões no acumulado do ano até o mês passado. Em 2013, o gasto com juros totalizou US$ 674 milhões em novembro e US$ 11,533 bilhões nos primeiros onze meses do ano.