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Busca e apreensão nas casas de Cunha domina debates no Conselho de Ética

Os mandados de busca e apreensão da Polícia Federal na Câmara dos Deputados e nas residências do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dominam nesta terça, 15, os debates no Conselho de Ética. Os conselheiros ainda não deram início à votação da admissibilidade do processo por quebra de decoro parlamentar contra o peemedebista.

Adversário público de Cunha, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) comentou que os mandados de busca e apreensão contra Cunha constrangiam “um Poder inteiro” com sua insistência em continuar na presidência da Casa. “Busca e apreensão na casa do presidente? Na diretoria geral da Casa? Ele já se expôs, expôs sua família, a Igreja e agora o Parlamento”, criticou.

“É vergonhoso a Polícia Federal dentro do Senado, da Câmara, na casa de ministros”, concordou Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS). Ele disse discordar da decisão de não aceitar pedido de vista e disse que o colegiado errou. Durante seu discurso, Marchezan chegou a bater boca com o petista Leo de Brito (AC) sobre o envolvimento de seus partidos na Operação Lava Jato. Ironicamente, o deputado Zé Geraldo (PT-PA) disse em plenário que Cunha estava prestes a renunciar ao cargo.

Aliado de Cunha, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) protestou contra a rejeição do pedido de vista e disse que com a Polícia Federal dentro da Casa, não se poderia sequer votar nesta terça. “A última vez que essa Casa votou com Forças Armadas aqui dentro cometeu um erro histórico, afastou João Goulart”, afirmou.

O deputado Paulo Azi (DEM-BA) sugeriu que a votação ficasse para esta quarta, 16, desde que houvesse acordo para obstruir a sessão de quarta-feira, 16. Sua sugestão foi apoiada por Marchezan e pela deputada Eliziane Gama (Rede-MA). Ainda não há acordo para o adiamento da votação.

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