A Universidade de São Paulo (USP) vai limitar em 50 o número de assessorias esportivas que levam alunos para exercícios ou treinos no câmpus aos sábados, quando são reunidos cerca de 8 mil esportistas. Atualmente, entre 70 e 100 empresas atuam na Cidade Universitária nesse dia, segundo estimativas das próprias assessorias. A universidade também deve cobrar taxas e exigir outras contrapartidas, como a oferta de estágio para estudantes.
Pelo novo modelo, as assessorias esportivas deverão ser aprovadas em edital público, em elaboração pela universidade, e terão responsabilidades, como a de recolher os resíduos gerados.
Outro edital será lançado para contratar uma empresa para operar o sistema de controle da prática de esportes. A entidade selecionada ficará responsável pela logística, como banheiros e sinalizações. Aos esportistas independentes não haverá necessidade de cadastro. Pela proposta, haverá divisão de um lado do câmpus para ciclistas e outro para corrida e caminhada.
Entre novembro de 2014 e março deste ano, a USP fez quatro testes para elaborar o novo modelo. Um dos fatos que desencadeou a discussão foi o atropelamento e a morte, em agosto do ano passado, de um corredor na Cidade Universitária. Outras quatro pessoas foram atingidas pelo carro, dirigido por um motorista embriagado. O caso motivou protestos de atletas por mais segurança.
Presidente da Associação dos Treinadores de Corrida, Nelson Evêncio elogia a proposta. “O espaço é grande e cabe todo mundo. Falta organizar”, comenta.
De acordo com ele, será importante resolver problemas de estrutura para os esportistas aos sábados. “Os banheiros químicos são insuficientes.” A entidade participou das discussões com a prefeitura da USP para mudar as regras.
Polêmica
Já Eduardo Barbosa, treinador de corrida e ciclismo na Cidade Universitária, desaprova a ideia. “Não vale a pena a cobrança. A USP é pública”, critica. “Limitar o uso do espaço vai na contramão de outras cidades, que abriram mais áreas para o transporte público.” O câmpus Butantã, defende Barbosa, tem capacidade para mais de 50 assessorias e a presença dos esportistas não prejudica a comunidade universitária.
Já o taxista Vilmar Lacerda, de 37 anos, que trabalha na USP há cinco, discorda. “Eles (os atletas) não respeitam ninguém, passam até pelas pessoas na faixa de pedestre.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.