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Cantinho Animal – Leptospirose

As atuais tempestades e as conseqüentes enchentes chamam a atenção para uma conhecida enfermidade ocorrida com maior índice nesta época, a Leptospirose, ou a "doença da urina do rato". Ela é uma doença infecciosa causada por uma bactéria (Leptospira spp), freqüentemente presente nos roedores.

Em tempos de enchentes, a urina dos roedores misturada às águas da enchente faz com que a bactéria possa infectar a pele de humanos e animais que entrem em contato com estas águas. A bactéria pode ainda sobreviver no meio ambiente por até 180 dias quando em solo úmido ou em águas paradas.

Nos animais, a doença é grave, existindo o risco de infectar os proprietários que entrarem em contato com a urina do animal. Os gatos não são infectados por esta bactéria. Os primeiros sintomas aparecem com falta de apetite, vômitos, aumento da ingestão de água, fezes escuras e, já em estágio avançado, amarelamento da pele e mucosas (icterícia). Este último sintoma já indica uma grande lesão hepática e renal e é geralmente nesta fase em que os animais são trazidos à clínica veterinária.

O diagnóstico da leptospirose é baseado na combinação do histórico, sinais clínicos, achados laboratoriais não específicos e testes confirmatórios. O tratamento é longo e intensivo, com grande risco de morte. A prevenção é realizada através da vacinação, realizada anualmente nos cães e do controle dos roedores.

As vacinais atuais oferecem proteção contra os quatro principais tipos de Leptospirose que infectam os cães. O reforço deverá ser realizado anualmente e, em locais com maior incidência de casos e com maior número de roedores, ele deve ser aplicado semestralmente.

O controle de roedores deve ser feito visando evitar que o seu animal entre em contato com a urina de ratos possivelmente infectados com a doença. Para isso é importante não acumular lixo em casa ou na porta de casa, ter cuidado no armazenamento da ração do seu animal e não deixar água exposta durante a noite em locais endêmicos.

Em caso de suspeita, é necessário isolar o animal de outros e ter cuidado no manuseio, principalmente de sua urina. Importante dizer que animais que tenham entrado em contato com roedores não estão necessariamente infectados, porém, devido ao alto risco, devem ser levados ao veterinário para exames.

 

Rafael Claro Marques
(CRMV-SP 18.849) é médico veterinário e pós-graduado em Clínica Médica de Pequenos Animais

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