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Cantinho animal – Tumores Cerebrais

Graças ao avanço, ainda que lento, da medicina veterinária, hoje diagnosticamos muito mais casos de tumores cerebrais do que antigamente. Isto se deve à presença da ressonância magnética e da tomografia computadorizada na rotina da medicina veterinária.

Os tumores cerebrais são mais comuns nos cães que nos gatos, sendo que determinadas raças parecem ser mais predispostas, como os Golden Retrievers, Labrador Retrievers, Doberman Pinchers, Poodles e Sheepdogs.

As neoplasias cerebrais podem ser primárias (as originadas no cérebro) ou secundárias à metástase de tumores em outros órgãos. Mesmo ocorrendo grande diferença entre um tumor malígno e benígno, especificamente no caso do tumor cerebral a diferenciação do tipo não fará muita diferença, visto que a presença do tumor comprimindo determinadas partes do cérebro é o que vai causar a sintomatologia.

Ou seja, os sintomas devem-se à compressão mecânica direta do tumor sobre o cérebro, além da inflamação local e hemorragias ou edema cerebral.

Inicialmente, os sinais clínicos podem ser inespecíficos e vagos, tais como alterações de comportamento e letargia. Alguns tumores apresentam como único sinal as convulsões. Entre os sintomas focais, com a evolução notamos principalmente perda de visão e déficits proprioceptivos unilaterais. À medida em que o tumor vai crescendo, a severidade dos sinais clínicos também vai aumentando.

O diagnóstico é sugerido através do histórico do animal, junto aos resultados de exames de sangue na grande maioria das vezes normais e confirmado com os exames de imagem: tomografia ou ressonância magnética. Ainda que estes exames de imagem possuam um custo muito elevado, notamos o aumento do número de proprietários dispostos a diagnosticarem a doença, mesmo nos animais velhinhos e sem um prognóstico favorável.

O tratamento é, na grande maioria das vezes, paliativo através de antinflamatórios corticoesteróides. Ou seja, visa apenas amenizar os sintomas neurológicos causados pela inflamação do tumor. Alguns animais podem ter uma sobrevida maior dependendo da respota ao antinflamatório.

Portanto, se o seu animal idoso ou não começar a apresentar estes sinais, converse com o seu veterinário e avalie a necessidade e vantagem em realizar uma tomografia ou ressonância.

Rafael Claro Marques
(CRMV-SP 18.849) é médico veterinário
e pós-graduado em Clínica Médica
de Pequenos Animais
E-mail: [email protected]

 

 

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