As secretarias de Saúde de Casimiro de Abreu, na Baixada Litorânea, e de Macaé, no norte fluminense, vão iniciar vacinação de bloqueio contra a febre amarela. O público-alvo é a população que vive na região de serra dos dois municípios, que são limítrofes. A medida foi tomada depois da morte por suspeita de febre amarela de um morador da região rural de Casimiro de Abreu, no sábado, 11. Os exames ainda não foram concluídos. Ao todo, o Estado recebeu notificações de 38 casos suspeitos; dois ainda estão sob investigação.
Só para Casimiro, cidade de 42 mil habitantes, foram enviadas 20 mil doses da vacina nesta terça. Para evitar a corrida aos postos de saúde, o secretário Ibson Júnior informou que vacinará nos primeiros dias crianças e adolescentes com idades entre 9 meses e 15 anos. “Já tivemos a garantia da secretaria de que toda a população será vacinada”, afirmou.
Watila Santos, de 38 anos, morava no bairro de Córrego da Luz, próximo a um ponto turístico importante da região, a Cachoeira do Pai João. Ele chegou ao hospital com febre, dores no corpo e dor de cabeça. Logo teve uma parada cardíaca. Foi reanimado e internado. Na madrugada de sábado, 12, teve nova parada cardíaca e morreu.
Moradores de Córrego da Luz relataram terem visto macacos mortos na região. A presença de primatas mortos é um sinal de alerta para a contaminação por febre amarela. A Secretaria de Saúde de Casimiro de Abreu e a Secretaria de Estado de Saúde (SES) enviaram equipes ao local, mas nada foi encontrado.
A SES informou que recebeu 38 casos suspeitos de febre amarela até esta terça; dois ainda estão sob investigação. A secretaria mudou as regras para notificação de casos suspeitos para tornar o sistema de vigilância epidemiológica mais sensível. São considerados suspeitos casos de pessoas com sete dias de febre, acompanhados de dois ou mais sintomas: dor de cabeça, dor no corpo, nas articulações, icterícia e manifestações hemorrágicas, residente ou procedente nos últimos 15 dias de áreas com risco para transmissão de febre amarela.