A atividade da indústria da construção registrou uma queda menos intensa no mês de março, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice de nível de atividade cresceu 4,2 pontos ante fevereiro, para 44,5 pontos. Apesar de ser o terceiro crescimento consecutivo, o indicador permanece abaixo dos 50 pontos, o que indica retração no setor.
Com a atividade ainda em baixa, o número de postos de trabalho segue minguando. O índice de emprego avançou a 41,7 pontos, ao maior nível desde novembro de 2014, mas também se mantém abaixo dos 50 pontos.
A indústria da construção operou, em média, com 56% da capacidade de operação em março, um crescimento de três pontos porcentuais frente a fevereiro, quando atingiu o menor nível da série histórica. “Apesar da melhora, a utilização da capacidade de operação está um ponto porcentual abaixo de março de 2016 e oito pontos percentuais inferior à média histórica para o mês de março”, diz a CNI.
Em relação às expectativas, os empresários do setor melhoraram a percepção para os próximos meses. A perspectiva para o nível de atividade em abril aumentou 1,3 ponto frente a março e atingiu 50,4 pontos. “Houve uma retomada da confiança, com o indicador acima da linha dos 50 pontos”, destacou a entidade.
Já o índice de expectativa de novos empreendimentos e serviços cresceu 1,8 ponto em abril ante março e registrou 49,3 pontos. Os índices de expectativas para compras de insumos e matérias-primas e para número de empregados também se aproximaram da linha dos 50 pontos e sinalizam perspectivas menos negativas, destacou a CNI.
Situação financeira
Apesar de perspectivas melhores, os empresários ainda estão insatisfeitos com as condições financeiras dos negócios, ainda que estejam melhores do que há um ano. O índice de situação financeira subiu a 35,1 pontos nos primeiros três meses deste ano, 1,8 ponto acima do que em igual período do ano passado.
Já o índice de acesso ao crédito alcançou 27,4 pontos no primeiro trimestre de 2017. Como se mantém em patamar bem abaixo da linha dos 50 pontos, o indicador sinaliza elevada dificuldade no acesso ao crédito.
Também houve melhora na intenção de investimentos, cujo indicador cresceu 2,3 pontos frente a março e registrou 28,9 pontos. No entanto, o índice está 5,8 pontos abaixo da média histórica e continua muito abaixo da linha dos 50 pontos. Para a CNI, isso sinaliza pouca propensão dos empresários em investir.
Demanda
Pelo quinto trimestre consecutivo, a demanda interna insuficiente foi o principal problema enfrentado pela indústria da construção, apontada por 44,2% dos empresários. A taxa de juros, assinalada por 35% dos entrevistados, foi para o segundo lugar entre os desafios das empresas. “A trajetória de queda nas taxas de juros, cujo início se deu em outubro passado, não foi ainda sentida pelo empresário da indústria da construção”, destaca a pesquisa da CNI.
A inadimplência dos clientes foi apontada por 30,7% dos empresários, enquanto a elevada carga tributária foi assinalada por 30,6% dos entrevistados. Outro problema citado foi a falta de capital de giro, apontada por 30,4% deles.
O levantamento foi feito entre 3 e 17 de abril com 613 empresas, das quais 213 pequenas, 272 médias e 128 de grande porte.