Economia

CNI: SP lidera queda na participação do PIB industrial

São Paulo, o Estado mais industrializado do Brasil, foi o que mais perdeu espaço na produção da indústria nacional, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 06, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De 2001 a 2011, a participação de São Paulo no PIB industrial teve a maior queda, de 7,7%. Do outro lado, a maior alta no período foi no Estado do Rio de Janeiro, com 2,5%.

A conclusão do estudo “Perfil da indústria nos Estados”, segundo a CNI, é que está ocorrendo desconcentração da indústria no País, com maior distribuição das empresas no território nacional. “Ainda temos indústria bastante concentrada na região Sudeste, mas o que estamos percebendo é queda na participação de São Paulo no PIB industrial e um crescimento do Rio de Janeiro, Minas Gerais e também nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste”, afirmou o gerente de pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca.

O economista reconheceu que o resultado em São Paulo pode estar relacionado com a guerra fiscal. “Não podemos negar. Se há benefícios, isso também ajuda na decisão da empresa sobre onde se instalar”, disse. Os outros três Estados que mostraram queda na participação no PIB nacional foram Rio Grande do Sul (1,2%), Paraná (1,0%) e Bahia (0,2%). Do outro lado, as maiores altas, depois do Rio de Janeiro, foram Minas Gerais, com 2,2%, Tocantins, com 1,5%, Espírito Santo, com 1,2% e Goiás, com 0,5%.

Na indústria paulista, que ainda produz o maior PIB industrial do País, com 31,3% da produção da indústria brasileira, os setores com maior participação são alimentos (15,6%), veículos automotores (14,7%) e produtos químicos (11,3%). Juntos, esses setores representam 41,6% da indústria do Estado. São Paulo também continua como o Estado com maior exportação industrial do País, com uma fatia de 39,8%.

O Rio de Janeiro, que se destacou no aumento da participação no PIB industrial e tem o segundo maior PIB industrial do País, tem como principais setores a extração de petróleo e gás, com 21,3% da produção da indústria do Estado, além da fabricação de coques, derivados de petróleo e biocombustíveis, com 17,6% e metalurgia, com 9,9%. O Rio de Janeiro tem participação de 12,3% no PIB industrial do País.

Em relação às principais áreas que se destacaram na pesquisa e foram responsáveis pelo aumento de alguns Estados na participação do PIB industrial, Fonseca afirmou que, na maioria dos casos, há ligação com as commodities. “Quando você olha os setores que mais subiram, eles claramente foram impulsionados pela melhora do preço de commodities, como minério e petróleo e gás”, disse. É o caso de Minas Gerais, que assistiu a uma alta da participação da indústria extrativa mineral.

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