Estadão

Com ação extra, Reacher chega ao 2º ano como atração mais vista do Prime vídeo

Uma das grandes surpresas no catálogo de séries originais do Prime Video é Reacher, cuja segunda temporada estreou na sexta, 15, com novos episódios até 19 de janeiro.

A produção sabe criar o clima de tensão necessário para a história e traz um personagem, inspirado nos livros do britânico Lee Child, que às vezes parece uma máquina, mas tem algo profundo a dizer.

No ano passado, Reacher teve a melhor semana de estreia da história do Prime Video, de acordo com medição da Nielsen. Não há um número divulgado de espectadores, mas sabe-se que eles consumiram 1,84 bilhão de minutos da primeira temporada na plataforma de 31 de janeiro a 6 de fevereiro.

Neste segundo ano, então, as coisas ficam ainda mais interessantes. Depois de construir o universo de Jack Reacher em uma temporada inspirada no romance de estreia de Child, Killing Floor, a série dá um salto.

A nova fase é a adaptação do 11.º livro da saga, Bad Luck and Trouble. Decisão inteligente: não apenas é a melhor história, como também é a que permite espiar quem é Jack por trás de Reacher.

Alan Ritchson, o intérprete desse protagonista marcante, acha que o ambiente mudou mais do que a pessoa: "Acho que ele continua sendo Reacher, então não sei o quanto ele mudou, mas o universo em que ele vive é muito diferente", diz ao Estadão.

"Podemos vê-lo em um ambiente mais familiar e confortável, cercado por pessoas muito mais à moda Reacher. Acredito que isso tornará a série muito divertida este ano", observa.

De fato: nos episódios conferidos pela reportagem, muito do blá-blá-blá da primeira temporada ficou para trás. Há mais ação e tensão, enquanto também existem possibilidades de desenvolver a personalidade desse protagonista e colocar Ritchson, que é uma escolha inquestionável para o personagem, sob novas perspectivas de atuação.

<b>Conspiração</b>

É tudo similar e, ao mesmo tempo, diferente de Jack Ryan, outra produção exclusiva do Prime. O clima está ali, com o tom de conspiração após amigos do passado de Jack serem mortos misteriosamente, mas há uma preocupação maior em encadear a ação do que em construir uma ambientação investigativa. Se Jack Ryan é mais cérebro, Reacher é mais "tiro, porrada e bomba".

Nesta nova leva de episódios, aliás, as coisas ficam mais intrigantes quando a trama da história é levada para Nova York, Atlantic City e Catskills – algo bem distinto da pequena cidade do Estado da Geórgia na 1.ª temporada.

"Eu diria que é um ritmo um pouco mais acelerado, apenas no sentido de que não estamos esperando para ouvir Reacher falar. Há um caso. Ele é envolvido imediatamente", contextualiza Ritchson. "Somos lançados no mundo dele. Apenas se move em um ritmo diferente."

A atriz dinamarquesa Maria Sten, que repete seu papel como a ex-companheira de equipe Frances Neagley, diz que esse ritmo alucinante visto na tela é sentido também nos bastidores. "Você tem de estar sempre alerta, nunca pode desacelerar, tem de estar pronto para se esquivar."

Além da mudança de ares e do ritmo mais acelerado, é interessante a chegada de personagens que fazem parte do passado de Jack, principalmente Karla Dixon (Serinda Swan) e David O Donnell (Shaun Sipos).

Eles retornam para ajudar Reacher na tarefa de entender o que está acontecendo com essa série de mortes de pessoas de sua unidade militar. A união desses três chega em tom de ajuda e, no fim das contas, revela o que motiva Jack e o que faz com que ele tenha essas habilidades.

Shaun e Serinda não estavam no elenco da primeira temporada. Segundo ela, chegar agora é um desafio a mais no set. "É um mundo tão rico, os personagens já existiam para o Shaun e, para mim, o mundo já existia como uma série de televisão, obviamente já existia como um filme", diz ao Estadão.

"Então, você olha e pensa: como eu me encaixo nisso? E não apenas como eu me encaixo nisso, mas como eu contribuo para isso? Como eu entro e facilito o trabalho deles? Como eu trago algo que contribua com algo diferente ao Reacher?"

<b>Dúvidas</b>

Enquanto essas dúvidas batem em Serinda, o círculo se completa chegando ao protagonista. Alan Ritchson, quando questionado sobre o que é mais difícil no papel, diz que ocorrem inseguranças, acentuadas ainda mais agora com novos personagens.

"(O maior desafio), sem dúvida, é confiar que o que estou fazendo como Reacher será interessante na tela. Eu nunca me sinto seguro disso. Sempre fico me perguntando se as escolhas feitas para uma cena foram certas ou suficientes", revela o ator norte-americano de 41 anos.

"Recebo muita tranquilidade da minha equipe, dizendo que isso está tão bom, isso é tão interessante, essa cena está funcionando . Eu preciso ouvir isso porque tenho pouca percepção disso. Sinto que muito pouco está acontecendo externamente com o Reacher", diz Ritchson.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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