Começa nesta quarta-feira (7) o conclave que vai escolher o novo líder da Igreja Católica. Os cardeais eleitores já estão reunidos no Vaticano e, a partir do momento em que entram na Capela Sistina, ficam isolados do mundo externo até que um novo papa seja eleito. O anúncio será feito de forma tradicional: por meio da fumaça branca que sairá da chaminé da capela, indicando ao mundo que o sucessor de Francisco foi escolhido.
O conclave é um ritual que remonta ao século XIII, criado para evitar longos períodos de sede vacante — alguns processos de escolha já chegaram a durar anos, com cardeais falecendo antes do fim das votações. O termo “conclave” vem do latim cum clavis, que significa “fechado com chave”, referindo-se ao confinamento imposto aos cardeais para impedir interferências externas.
O processo começa com uma missa especial na Basílica de São Pedro. Em seguida, os cardeais seguem em procissão até a Capela Sistina, onde fazem juramentos coletivos e individuais antes do fechamento das portas. Dentro da capela, os participantes não podem se comunicar com o mundo exterior, nem acompanhar notícias, sob pena de excomunhão.
A votação ocorre em cédulas de papel. Cada cardeal escreve o nome do escolhido abaixo da frase em latim Eligo in Summum Pontificem (“Eu elejo como pontífice supremo”) e, em ordem de senioridade, deposita a cédula dobrada em um cálice no altar. Os votos são contados, e o resultado é lido em voz alta para os cardeais. Um candidato precisa alcançar dois terços dos votos para ser eleito. Caso não haja vencedor, os votos são queimados com uma substância que produz fumaça preta, sinalizando que o processo continua.
O cronograma prevê que, nesta quarta-feira, por volta das 14h (horário de Brasília), deve ocorrer a primeira fumaça. Na quinta-feira (8), as votações devem ocorrer em quatro turnos: às 5h30, 7h, 12h30 e 14h. Se não houver definição, o conclave segue nos dias seguintes.
Os cardeais brasileiros também participam da votação, com Odilo Scherer ocupando a 14ª posição na ordem de voto, seguido por João Braz de Aviz (21º), Orani Tempesta (34º), Sérgio da Rocha (49º), Leonardo Ulrich Steiner (76º), Paulo Cezar Costa (82º) e Jaime Spengler (105º). O primeiro a votar será Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano e considerado o “número 2” da Santa Sé.
Segundo a Diocese de Providence, nos Estados Unidos, dos últimos 11 conclaves, nenhum durou mais de quatro dias. A expectativa, portanto, é que o novo pontífice seja conhecido até o final da semana.