Depois de 29 anos à frente da Confederação Africana de Futebol (CAF), o camaronês Issa Hayatou foi derrotado na eleição para a presidência da entidade nesta quinta-feira, quando Ahmad Ahmad, dirigente de Madagáscar, levou a melhor no pleito realizado em Adis Abeba, na Etiópia.
Com 70 anos de idade, Hayatou figurava como presidente da CAF desde 1988 e era o mais velho vice-presidente da Fifa. Ele também perdeu este posto de status nesta quinta, ficando fora do novo Conselho da Fifa, órgão criado na nova gestão de Gianni Infantino para substituir o antigo Comitê Executivo.
Presidente da Federação de Futebol de Madagáscar, Ahmad venceu a eleição para presidência da CAF ao receber 34 dos 54 votos das federações filiadas à entidade que comanda o futebol africano. Com isso, ele também se tornará um vice-presidente da Fifa e novo membro do conselho do organismo que controla o esporte mais popular do mundo.
Derrotado, Hayatou deixou o congresso da CAF em Adis Abeba assim que o resultado final da eleição foi anunciado, sem comentar o mesmo com a imprensa. Por outro lado, Ahmad comemorou: “Essa é uma doce vitória”. O novo presidente da entidade africana foi erguido nos braços pelos seus apoiadores e depois abraçou as pessoas ao seu redor. “Quando você trabalha duro por anos e meses, e você tem sucesso, isso é ótimo”, completou.
Eleito, Ahmad dará início a uma gestão de quatro anos, na qual promete modernizar a CAF e torná-la uma entidade mais transparente. E sua primeira missão no cargo, segundo ele próprio pontuou nesta quinta, seria introduzir um novo código de ética para o organismo, assim como o novo mandatário prometeu fiscalizar de forma mais firme a conduta dos dirigentes do continente africano.
A saída de Hayatou da presidência da CAF também encerra uma era do futebol africano. O camaronês, que assumiu o poder na entidade quando Ronald Reagan ainda era presidente dos Estados Unidos, estava buscando um oitavo mandato à frente da entidade.
Com 54 anos de idade, Ahmad será apenas o sétimo presidente da CAF em suas seis décadas de existência. Para se ter uma ideia do poder de Hayatou antes de cair na eleição desta quinta, ele foi reeleito sem oposição, por unanimidade, em várias outras ocasiões e só teve dois rivais na luta pela presidência anteriormente.
Para completar, nas duas eleições em que teve de enfrentar um oposicionista, o camaronês venceu seus adversários de forma arrasadora. Primeiro em 2000, superou o angolano Armando Machado por 47 votos a 4. Quatro anos mais tarde, derrotou Imail Bhamjee, de Botsuana, por 46 votos a 6.