O Índice de Confiança da Construção (ICST) recuou 1,2% em dezembro na comparação com novembro, para 96,9 pontos, com ajustes sazonais, divulgou nesta segunda-feira, 22, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Esse é o pior nível desde julho de 2010. O desempenho do ICST apresentou sensível piora, já que, na passagem de outubro para novembro, o indicador havia avançado 1%. Na comparação com dezembro de 2013, o ICST caiu 18%.
“A sondagem de dezembro confirma um quadro de diminuição da atividade que veio se acentuando durante o ano. Vale observar também que o fato de as expectativas chegarem ao pior patamar da série mostra que o empresário da construção não está vendo as perspectivas de retomada de forma muito otimista”, coloca Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção da FGV/IBRE.
A baixa do índice em relação a novembro decorreu, principalmente, da piora da percepção do empresariado em relação à situação corrente dos negócios. O Índice da Situação Atual (ISA-CST), que havia crescido 2,3% em novembro, caiu 1,7% neste mês, passando a 88,6 pontos.
O Índice de Expectativas (IE) caiu para 105,1 pontos em dezembro, de 106,1 pontos em novembro. O resultado do IE-CST refletiu movimentos decrescentes dos dois quesitos que o compõem. O que mede a percepção das empresas quanto à situação dos seus negócios para os próximos seis meses exerceu a maior contribuição, ao passar de 112,7 pontos, em novembro, para 111,4 pontos, em dezembro, uma variação de -1,2%. O indicador que capta a expectativa em relação à evolução da demanda para os três meses seguintes apresentou queda de 0,7% na comparação com o mês de novembro, atingindo 98,7 pontos.
Metodologia
Este é o segundo mês em que a FGV divulga a taxa de variação do ICST em base mensal com ajuste sazonal. A mudança na metodologia e na forma de divulgar os dados, antes trimestral, ocorreu a partir de novembro “em virtude do tamanho relativamente reduzido das séries desta pesquisa”. Segundo a instituição informou no mês passado, os números serão revisados a cada mês até que se atinja maior estabilidade nos resultados. O economista Itaiguara Bezerra, da FGV, afirma que a mudança na metodologia foi feita “para uma melhor análise dos dados”.