O índice de confiança dos empresários de pequenos e médios negócios para o quarto trimestre de 2016 atingiu 65,17 pontos, uma alta de 8% quando comparado ao terceiro trimestre, de acordo com pesquisa do Insper/Santander. Na divisão por setores, os serviços tiveram avanço de 9,2%, enquanto a indústria subiu 8,1% e o comércio registrou alta de 7,3%.
Todos os seis tópicos do indicador apresentaram alta nesta edição da pesquisa. O item com melhor avaliação dos empresários consultados foi a expectativa em relação ao Faturamento (71,16 pontos, crescimento de 9,7%), seguida de Lucro (10,9%, para 69,59 pontos), Ramo (8,4%, para 69,51 pontos), Economia do País (8,3%, para 64,16 pontos). O quesito Investimentos reverteu queda no terceiro trimestre e teve avanço de 5,3%, com 59,83 pontos, na medição sobre os últimos três meses do ano. O item com menor alta foi Empregados (4,5% para 56,76 pontos).
Na avaliação regional, o Norte do País aparece com o maior avanço (11,6%). Todas as outras regiões também melhoraram os resultados em relação ao terceiro trimestre: Sul (11,4%), Sudeste (7,8%), Nordeste (5,6%) e Centro-Oeste, que se manteve praticamente estável (0,6%) ante a última pesquisa, quando a região teve a maior alta.
O professor e pesquisador do Insper, Gino Olivares, destacou a variação positiva de todas as métricas do indicador. “O resultado dessa pesquisa é uma ótima notícia não apenas pela intensidade da variação porcentual, mas também por ter sido generalizada em todos os setores, quesitos e regiões do País. O índice apresentou mínima há um ano atrás e agora mostra forte recuperação”, afirmou.
Olivares listou os melhores indicativos na economia, como a desaceleração recente da inflação, a expectativa de queda da Selic e do avanço da aprovação do ajuste fiscal como motivos que explicam a retomada da confiança.
O professor explicou que o crescimento da confiança é condição necessária, embora não suficiente, para a retomada da atividade econômica e pontuou que espera uma “recuperação exuberante” do PIB nos próximos meses, mas o “fim da morosidade”.
“A média de todo o período do indicador desde que a gente começou a divulgar, em 2008, é de 65 pontos, e estamos em 65,17 pontos. Isso quer dizer que estamos saindo do buraco e chegamos apenas à superfície. Isso é suficiente? Claramente não, mas o pior ficou para trás”, disse Olivares.
O Insper realizou 1.262 entrevistas telefônicas. A margem de erro da pesquisa é de 1,4 ponto porcentual, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%. O indicador mede a confiança do empresário de pequenos e médios negócios (com faturamento de até R$ 80 milhões) na economia brasileira. O índice reflete as perspectivas deste grupo com relação ao futuro da economia, do seu setor e do seu próprio negócio. Os entrevistados respondem questões obedecendo a uma escala de 0 a 100 pontos, onde 100 representa o nível máximo de confiança.