A convocação de Jade Barbosa para os Jogos Pan-Americanos de Toronto só veio após o corte da jovem Rebeca Andrade, que sofreu uma lesão no ligamento cruzado anterior do joelho direito e teve de passar por cirurgia. Mas Jade, que passou pelo mesmo procedimento no fim do ano passado, também não está 100% e ficará na reserva da equipe, apesar de ter voltado a competir no Campeonato Sul-Americano, há três semanas, ganhando o ouro nas barras assimétricas.
No treino de pódio em Toronto, não pôde subir nos aparelhos e ficou ao redor das companheiras dando conselhos. “Tento estar o mais presente possível, tento corrigir, ajudar mais de outras maneiras. Quando você está fora, vê outro tipo de andamento. Quando estou ali dentro, fico muito focada em mim mesmo e agora estou tentando ajudar todas elas”, conta. Como reserva, só vai competir se alguma brasileira sentir algum tipo de lesão.
Jade afirma que o grupo lamentou bastante a ausência de Rebeca na seleção brasileira e acredita que sua proximidade pode ajudar a dar um conforto para as colegas. “Quanto mais presente, é um carinho de equipe. A gente passou pela perda da Rebeca, foi muito difícil para a equipe toda. Ela teve exatamente a mesma lesão que eu no ano passado, no mesmo salto. Já tenho uma noção da trajetória, a gente está tentando fazer a equipe ficar forte de novo.”
O contato com as meninas, especialmente com a novata Flávia Saraiva, também faz a ginasta relembrar a trajetória de sua carreira e sua estreia no Pan do Rio, em 2007. “Eu me vejo nela. São momentos diferentes agora e eu vejo um filme mesmo.” Ela também destaca a empolgação que a Vila dos Atletas desperta nas mais jovem. “O primeiro Pan é um deslumbre, muita gente na Vila e às vezes você perde um pouco o foco porque tem muita novidade. Elas estão se acostumando.”