Estadão

Corinthians sofre, marca no fim e elimina Remo nos pênaltis na Copa do Brasil

Corinthians e Remo entraram em campo nesta quarta-feira, na Neo Química Arena, sob tensão. A decisão do classificado para as oitavas de final da Copa do Brasil foi tomada por uma série de fatores importantes. Contribuíram para isso a vitória do time paraense na primeira partida por 2 a 0, a má fase técnica do time alvinegro e ainda a sombra do passado do técnico Cuca, condenado por estupro de uma menor na Suíça, em 1989. Nos 90 minutos, o Corinthians abriu o placar cedo, mas quis sofrer – fez o gol que levou a decisão para as penalidades só aos 48 do segundo tempo. Sobrou para Cássio, que defendeu uma cobrança e chegou a 28 pênaltis defendidos no clube, classificar a equipe.

O elenco alvinegro deu uma resposta ao torcedor que tem criticado Cuca. Após o termino das cobranças de pênaltis, todos os jogadores fizeram questão de celebrar abraçando o treinador, que tem menos de uma semana de trabalho no clube e já vive grande pressão por sua demissão.

Assim que teve o seu nome anunciado para o seu primeiro jogo em casa, Cuca sentiu a divisão do torcedor corintiano em relação à sua chegada ao clube – poucos aplausos, vaias e boa parte de indiferença puderam ser sentidos na Neo Química Arena.

Para tentar pulverizar qualquer indício de protesto, Cuca mandou a campo uma equipe ofensiva, com três atacantes. Se a ideia era pressionar o Remo para achar logo o primeiro gol, o plano deu certo. Com menos de 1 minuto, Adson recuperou a bola na defesa, tabelou com Yuri Alberto e partiu em disparada para o campo de ataque. Ao invadir a área, tocou com categoria no canto direito do goleiro Vinícius, para a explosão da torcida.

A vantagem, aliada à força alvinegra em sua casa, assustou o Remo. Aos quatro minutos, Gil recuperou a bola no ataque e cruzou com precisão para Róger Guedes cabecear com força no travessão. No rebote a defesa do time paraense tirou para escanteio. Pouco depois, um chute de longe de Fausto Vera tirou tinta da trave esquerda do Remo.

Com o passar do tempo, os visitantes tentaram colocar a bola no chão para respirar. Aos poucos, o ímpeto inicial do Corinthians foi diminuindo e velhos problemas da equipe voltaram a aparecer. Com espaço entre as linhas, o Remo teve duas boas chances para igualar o placar. Uma em cabeçada de Muriqui e a outra com Pedro Vitor, que após linda jogada de Muriqui chutou forte, mas a bola passou por cima.

Cuca refrescou seu time para o segundo tempo, tirando Fábio Santos e Giuliano e mandando a campo Matheus Bidu e Matheus Araújo. Mas o time não conseguiu repetir a intensidade da primeira etapa e muito cedo passou a abusar de cruzamentos na área.

O relógio era o maior inimigo do Corinthians e de sua ansiosa torcida, que passou a reclamar mais das jogadas erradas do time e a apoiar menos. O Remo, com uma tranquilidade incomum, manteve a bola em seu campo de ataque, cozinhando o adversário.

A última tentativa de Cuca para mudar o panorama foi mandar a campo o experiente Paulinho para atuar como terceiro atacante, no lugar do cansado e contundido Adson.

Yuri Alberto perdeu grande chance aos 40 minutos após cruzamento de Fausto Vera. Os oito minutos de acréscimos deram uma sobrevida ao time – com Gil jogando de centroavante, Róger Guedes tirou o grito da garganta da torcida aos 48 minutos. Ele aproveitou cruzamento de Fágner da intermediária e subiu mais que Claudinei para cabecear com força e levar a decisão para os pênaltis.

Na disputa, mais uma vez brilhou a estrela de Cássio, que defendeu a batida de Leonan e classificou o time para as oitavas de final – no sufoco também vale.

FICHA TÉCNICA

CORINTHIANS 2 (5) X 0 (4) REMO

CORINTHIANS – Cássio; Fagner, Bruno Méndez (Murillo), Gil e Fábio Santos (Matheus Bidu); Fausto Vera, Roni (Maycon) e Giuliano (Matheus Araújo); Adson (Paulinho), Yuri Alberto e Róger Guedes. Técnico: Cuca.

REMO – Vinícius; Lucas Mendes (Diego Ivo), Diego Guerra, Ícaro e Leonan; Anderson Uchôa, Richard Franco (Diego Tavares), Galdezani (Claudinei) e Pablo Roberto (Paulinho Curuá); Muriqui e Pedro Vitor (Jean Silva). Técnico: Marcelo Cabo.

GOLS – Adson, aos 2 minutos do 1º Tempo; Róger Guedes, aos 48 do 2º Tempo.

ÁRBITRO – Paulo Cesar Zanovelli (MG).

CARTÕES AMARELOS – Roni, Adson, Richard Franco, Matheus Bidu e Vinícius.

PÚBLICO – 39.377 pagantes.

RENDA – R$ 2.412.267,50.

LOCAL – Neo Química Arena.

PÊNALTIS CONVERTIDOS – Ícaro, Yuri Alberto, Maycon, Anderson Uchôa, Fausto Vera, Muriqui, Matheus Bidu, Claudinei e Róger Guedes.

PÊNALTI DESPEDIÇADO – Leonan.

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