Economia

Crise na Síria e meta fiscal pior para 2018 ajudam dólar a ter nova alta

O dólar fechou em alta ante o real pelo terceiro dia seguido nesta sexta-feira, 7. A revisão da meta de déficit primário para 2018 e uma cautela após o ataque surpresa dos EUA à Síria acabaram prevalecendo, mesmo com o relatório de emprego (payroll) mais fraco, que exerceu pressão de baixa e ajudou a moeda norte-americana a operar em queda durante boa parte da sessão.

O dólar à vista no balcão terminou com avanço de 0,05%, a R$ 3,1470, o maior nível desde 14 de março (R$ 3,1732), após acumular ganho de 1,64% nas últimas três sessões. Na semana, a alta foi de 0,58%. O giro registrado na clearing de câmbio da B3 – resultado da fusão da BM&FBovespa com a Cetip – foi de US$ 1,543 bilhão. No mercado futuro, o dólar para maio avançava 0,11% por volta das 17h15, a R$ 3,1625. O volume financeiro somava US$ 15,254 bilhões.

Os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, anunciaram hoje uma revisão na meta de déficit de 2018, que passou de R$ 79 bilhões para um rombo bem maior, de R$ 129 bilhões. Segundo Meirelles, a mudança não tem relação com as flexibilizações feitas pelo governo na reforma da Previdência. “As mudanças feitas na Previdência são mudanças que estão dentro do espaço considerado como necessário para uma negociação democrática”, disse.

Enquanto isso, no exterior os EUA atacaram na madrugada desta sexta-feira (horário local) a base aérea de Shayrat, na Síria, após o governo de Bashar al-Assad ter usado armas químicas contra a própria população nesta semana. O ataque pegou os mercados financeiros de surpresa e, mesmo com um arrefecimento da cautela à tarde, muitos participantes preferiram não ir para o fim de semana com posições mais arriscadas.

Pela manhã, o payroll mostrou a criação de apenas 98 mil empregos na economia norte-americana em março, bem aquém da previsão dos analistas, de 175 mil postos, e o menor resultado em dez meses. A taxa de desemprego caiu a 4,5%, de 4,7%, atingindo o menor patamar desde maio de 2007. O resultado fraco dos empregos ajudou a conter a alta do dólar por aqui, já que diminui as chances de o Federal Reserve apertar os juros mais do que o esperado este ano.

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