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Cunha vai à PF e mantém versão sobre gravação não identificada

O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi ouvido nesta terça-feira pela Polícia Federal manteve sua versão de que recebeu gravação de uma pessoa que disse ser policial federal aposentado, sem se identificar.

O inquérito investiga denúncia apresentada pelo próprio peemedebista sobre uma suposta gravação que o incriminaria. Por ser parlamentar, o deputado escolheu ser ouvido na residência oficial da Câmara pela manhã. A partir das informações apresentadas, a PF irá instaurar uma perícia na suposta conversa que teria sido forjado.

A gravação foi revelada por Cunha pouco uma semana antes da disputa que o elegeu presidente da Câmara. Na conversa, os dois interlocutores não identificados sugerem uma chantagem para não revelar informações que comprometeriam o deputado.

Na época, o peemedebista disse não reconhecer as vozes do áudio. Sugeriu, porém, que um dos interlocutores – o que ameaça contar o que sabe – tenta se passar por Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, acusado de trabalhar para o doleiro Alberto Youssef como distribuidor de dinheiro desviado da Petrobrás.

Policial federal afastado, careca afirmou, em depoimento aos investigadores da Lava Jato, que a mando de Youssef entregou dinheiro num endereço que seria de Cunha. Numa retificação do depoimento, recuou. Quando o caso foi revelado, o deputado se disse vítima de “alopragem” de interessados em constranger sua candidatura.

Na gravação, um dos homens diz que Cunha está “se dando bem” e insinua que o peemedebista ganhará a presidência da Câmara. Ele diz que está sob pressão e ameaça contar o que sabe caso não seja ajudado. “Se eu ficar abandonado, vou jogar merda no ventilador, hein? Não vou segurar sozinho não. Tá todo mundo enchendo a burra de dinheiro e eu estou abandonado e duro, sem grana, só segurando a pica”, protesta. E complementa: “Tu vai levar meu apelo a eles. Porque eu tô nervoso, tô ficando preocupado, o bicho tá pegando.”O segundo homem, que se mostra como alguém próximo de Cunha, pede paciência e diz que o dinheiro chegará às suas mãos.

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