O déficit em conta corrente do mês de novembro, de US$ 9,333 bilhões, é o maior para o mês da série história mensal do Banco Central, segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel. O resultado das transações correntes seguiu negativo em novembro ao registrar um déficit de US$ 9,333 bilhões e ficou pior que a expectativa do Banco Central para o mês, de um saldo negativo de US$ 8 bilhões.
Ele afirmou que o desempenho da balança comercial se destacou em novembro e que vem mostrando resultados negativos e crescentes. “Quando falamos de transações correntes e a diferença em relação a novembro de 2013, a perda da balança comercial explica boa parte disso. A diferença da balança comercial é de US$ 4 bi de novembro deste ano para novembro do ano passado”, disse, comparando o saldo negativo do mês passado com o déficit em conta corrente de US$ 5,101 bilhões em novembro de 2013.
Maciel disse, ainda, que a queda dos preços de commodities nos últimos meses impactou a balança comercial. “Também se observa nos últimos meses uma queda expressiva dos preços de algumas commodities importantes, como minério de ferro, soja, milho”, disse. Ele acrescentou que, na queda de 6,1% nas exportações entre janeiro e novembro, 4,5 pontos porcentuais se devem à baixa dos preços.
Viagens
Como reflexo da alta do dólar ante o real, novembro foi o segundo mês consecutivo em que o déficit da conta de viagens internacionais foi menor que o registrado no mesmo mês de 2013. A conta de viagens internacionais registrou um déficit de US$ 1,245 bilhão no mês passado, ante US$ 1,298 bilhão em novembro de 2013.
Maciel destacou esse movimento e disse que ele reflete a desvalorização da taxa de câmbio, que torna as viagens internacionais mais caras. Em dezembro, até o dia 17, o dado parcial da conta de viagens mostra um saldo negativo de US$ 971 milhões. Para dezembro, o Banco Central projeta um resultado de déficit de US$ 1,579 bilhão, o que, se confirmado, indicará uma queda de 3% em dezembro de 2014 ante dezembro de 2013.
Serviços
De acordo com Maciel, a despesa com aluguel de equipamentos é o principal fator responsável pelo aumento da previsão de déficit na conta de serviços. Para 2014, a projeção é de saldo negativo de US$ 46,6 bilhões e, para 2015, a estimativa é de saldo negativo de US$ 51,6 bilhões. “No nosso cenário, isso está associado a setor extrativo mineral. A ampliação da atividade implica aumento da despesa com aluguel de equipamentos”, disse.
Ao apresentar os dados de novembro, Maciel afirmou que o aluguel de equipamentos é destaque na conta de serviços, puxado por plataforma de petróleo. O saldo de aluguel de equipamentos ficou negativo em US$ 1,635 bilhão no mês passado, ante déficit de US$ 1,443 bilhão em novembro de 2013.