Estadão

Depois de duas descidas, dupla do bobsled do Brasil está em 29º em Pequim-2022

O Brasil fez a sua estreia no bobsled em Pequim-2022 nesta segunda-feira. A dupla formada por Edson Bindilatti, como piloto, e Edson Martins, como "breakman", fez duas descidas no Centro Nacional de Esportes de Pista, em Yanqing, e, com o tempo total de 2min02s47, ficou na 29.ª colocação geral. Na primeira descida, eles marcaram 1min01s11 e na segunda, 1min01s36. Nesta terça, eles ainda disputam a terceira bateria. A soma dos tempos das três descidas define os 20 que avançam para a final.

"Claro que eu esperava um resultado melhor em termos de tempo, mas sabemos o quanto é difícil. Tive alguns erros bobos no começo da pista na primeira descida. Na segunda, consegui corrigir, mas dei bobeira na saída da curva 13. E aqui é uma pista que qualquer erro, você perde muita velocidade. É um ótimo aprendizado para gente ficar com a pista memorizada para amanhã e, principalmente, para o 4-man", disse Bindilatti.

A competição marcou a estreia da lenda do bobsled brasileiro em Pequim-2022, sua quinta e última participação olímpica. Ele irá se aposentar depois dos Jogos Olímpicos da China e atuará nos bastidores, principalmente nas Comissões de Atletas do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG) das quais já é integrante e no projeto que desenvolveu em São Caetano do Sul (SP), que terá a primeira pista fixa de push do Brasil, e pretende fomentar o surgimento de novos atletas, além de preparar melhor os que já estão na modalidade.

"É o começo do fim. É uma sensação de trabalho bem feito ao longo desses anos. São 20 anos dedicados à modalidade, sempre evoluindo a cada ano. A visibilidade que estamos tendo aqui nos Jogos Olímpicos é muito importante para o esporte aparecer e ajudar na renovação. Estou aproveitando cada minuto aqui. O que eu mais vou sentir falta é adrenalina de competição, de treinar e de evoluir. Eu fico triste só de estar ficando velho, mas estou feliz de ter feito um bom trabalho. Não vou me afastar, quero trabalhar nos bastidores para ajudar a desenvolver o esporte", contou.

O bobsled é considerado a Fórmula 1 dos esportes de inverno porque o carrinho com quatro integrantes pode ultrapassar 150km/h. E o Brasil já não pode mais ser considerado um estranho no esporte porque esteve representado na modalidade nos Jogos Olímpicos de Salt Lake-2002, Turim-2006, Sochi-2014 e Pyeongchang-2018. Nas duas últimas, assim como em Pequim-2022, além do trenó com quatro integrantes, esteve também representado no de duas pessoas. Na Rússia, Fabiana Santos e Sally Silva ficaram em 19.º entre 20 duplas. Já na Coreia do Sul, a mesma dupla de Pequim foi 27.ª de 30.

"A largada tem sido essencial nessa pista. Todos os times que estão largando rápido, estão conseguindo ter bons tempos no final. Então, amanhã é arrebentar nesse push e depois confiar na nossa pilotagem", disse Edson Martins, que apontou um tempo de 5s1 como bom para o começo da terceira descida.

A equipe de bobsled, que conta ainda com Erick Vianna, Edson Martins e Rafael Souza, com o reserva Jefferson Sabino, além do técnico Bryan Berghorn, chegou à China no último dia 29 e se hospedou na Vila Olímpica de Yanqing, que fica bem próxima do local da competição. Nos seis treinos oficiais, nos últimos dias 10, 11 e 12, a melhor descida, a primeira, a dupla marcou 1min01s02, com a 24.ª colocação. Nas demais descidas, dois 26,º, um 27,º e dois 29,º.

"A gente se esforçou bastante para qualificar o 2-man porque, como não tivemos a oportunidade de vir no evento-teste, sabíamos que seriam só dois treinos livre e depois os três oficiais. É muito pouco para conhecer uma pista nova. Ainda mais com os adversários já tendo competido aqui. Mas encaramos mesmo como uma preparação para o 4-man, em que nós somos bem competitivos", completou Bindilatti.

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