Economia

Desembolsos do BNDES somam R$ 4,733 bi em janeiro, queda de 20%

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desembolsou R$ 4,733 bilhões para projetos de investimento em janeiro, um recuo de 20% em relação ao mesmo mês do ano passado. O volume de aprovações e consultas também encolheu no período, segundo dados divulgados no site da instituição. Nos últimos 12 meses os recursos liberados pelo banco de fomento acumulam uma retração de 34%, totalizando R$ 87,088 bilhões.

Consideradas um termômetro da disposição de investimento dos empresários, as consultas registraram uma retração de 22%, somando R$ 5,073 bilhões. No caso das aprovações, a queda foi de 7%, para R$ 3,550 bilhões.

Apenas R$ 905 milhões foram destinados a financiamentos à indústria no primeiro mês de 2017. O montante representou um tombo de 40% em relação ao mesmo período do ano anterior. O BNDES desembolsou R$ 1,432 bilhão para projetos de infraestrutura em janeiro, um recuo de 30% ante janeiro de 2016. Ainda segundo o BNDES, o setor de comércio e serviço recebeu R$ 1,119 bilhão em aportes, recuo de 7%. Na contramão dos demais setores, a agropecuária foi o destino de R$ 1,277 bilhão em desembolsos, alta de 14% frente a janeiro passado.

Linha do BNDES automática para financiar investimentos em bens de capital, a Finame desembolsou R$ 1,440 bilhão no mês passado, recuo de 18% ante janeiro de 2016. Já os recursos liberados por meio do Cartão BNDES registraram uma queda brusca, de 59%, somando R$ 224 milhões.

“No agregado, os indicadores de desempenho do BNDES seguem refletindo a situação econômica do Brasil”, diz a nota à imprensa publicada no site do BNDES. Ainda assim, o BNDES destacou que, apesar da queda dos desembolsos, “houve uma importante redução do ritmo de queda no segundo semestre do ano”. “Na comparação com o mesmo período de 2015, a redução observada na segunda metade de 2016 foi de 28,3%. No primeiro semestre, a diminuição foi de 41,7%”, diz a nota.

O texto divulgado pelo BNDES termina em tom mais otimista. “Nas últimas semanas, as expectativas quanto à recuperação da economia brasileira mostraram uma leve melhora, sugerindo um cenário mais benigno à frente”, diz a nota, que cita a desaceleração da inflação oficial, “que permitirá à política monetária reduzir mais intensamente a taxa de juros”, a taxa de câmbio, que “tem se apreciado”, o que “favorece o processo de redução dos juros”, e altas nos indicadores de confiança. “Nesse contexto, espera-se que a demanda por recursos do BNDES se recupere gradativamente ao longo do ano”, conclui o texto.

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