O presidente do banco central da Holanda e dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Klaas Knot, disse nesta quarta-feira que, se as taxas de juros dos países da zona do euro permanecerem muito baixas, com algumas negativas, a economia do bloco pode se prejudicar a longo prazo.
“Taxas de juros baixas por um período prolongado podem, eventualmente, reduzir o potencial de crescimento”, disse Knot, em conferência da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Para combater esse risco, acrescentou, os governos precisam reformas suas economias para conduzi-las à expansão, dando como exemplo as leis trabalhistas. “Há boas razões para se preocupar com as perspectivas de crescimento na zona do euro”, disse.
Visão mais otimista
No mesmo evento, outro dirigente do BCE, o italiano Ignazio Visco, que também preside o banco central de seu país, apresentou uma visão mais otimista. Ele disse que, no momento, tais riscos “ainda não se materializaram em ameaças”. “Não é que nós estamos ignorando isso, mas é que, por enquanto, não há sinais de que as taxa baixas de juros estejam gerando desequilíbrios”, explicou. “O risco seria bem maior se não tivemos tomado essas medidas não convencionais”, disse.
No começo de junho, o BCE manteve as taxas básicas de juros inalteradas em níveis historicamente baixos. A taxa de refinanciamento, que é a referência, permaneceu em 0,05%, enquanto a taxa de depósitos overnight seguiu em -0,20%. As compras mensais de ativos também foram mantidas em 60 bilhões de euros, com previsão de término em setembro de 2016.
Em sua fala, Knot disse que o prazo para as compras mensais de ativos deve ser cumprido. Segundo ele, havia uma discussão no banco central antes do lançamento do programa, no início deste ano, mas não deve haver alterações devido às reservas iniciais. Com informações da Dow Jones