As taxas dos DIs terminaram a sessão desta quarta-feira, 8, majoritariamente em baixa, influenciadas pelo IPCA um pouco mais fraco do que a mediana das estimativas. O efeito foi sentido principalmente na parte curta e intermediária da curva de juros.
A parte longa também foi pressionada para baixo à tarde, após a divulgação da ata do último encontro de política monetária do Federal Reserve, mas ainda assim as taxas terminaram em alta. Neste caso, elas foram puxadas durante boa parte da sessão pela alta do dólar, que subia devido às tensões externas, sobretudo na China.
Ao término da sessão regular na BM&FBovespa, o DI para outubro de 2015 marcava 14,010%, de 14,019% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2016 apontava 14,06%, de 14,12% na véspera. O DI para janeiro de 2017 mostrava 13,66%, de 13,72% no ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2021 indicava 12,67%, de 12,63% ontem.
Pela manhã, o IBGE divulgou que o IPCA ficou em 0,79% em junho, acima do 0,74% de maio. O resultado também foi o maior para o mês desde 1996, quando subiu 1,19%, mas ficou abaixo da mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, de 0,82%. Em 12 meses até junho, o IPCA acumula +8,89%, a variação mais elevada desde dezembro de 2003 (+9,30%).
Esse IPCA reforçou a percepção que vinha se criando nos últimos dias de que o BC pode suavizar o aperto monetário em curso. Assim, o mercado começou a reduzir suas apostas em um aumento de 0,50 ponto porcentual da Selic no próximo encontro do Copom, em 28 e 29 de julho.
Pela manhã, no entanto, o recuo das taxas foi limitado pelo forte avanço do dólar ante o real, em meio às novas preocupações com a China. À tarde, após o conteúdo da ata do Fed, o dólar arrefeceu pontualmente e suavizou o movimento de alta, sobretudo na ponta longa de juros.
O documento do Fed mostrou que a maioria dos dirigentes do banco central norte-americano desejou mais informações em junho, antes de tomar a decisão para alta da taxa de juros, e que vários dirigentes mencionaram as incertezas sobre a China e a Grécia na reunião mais recente.
Vale destacar que o IPC da Fipe acabou sendo ofuscado pela ata do Fed e não fez preço nas taxas de juros. Segundo a Fipe, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor atingiu 0,43% na primeira leitura de julho, após 0,47% no fechamento de junho. A taxa também veio abaixo da mediana de 0,45% da pesquisa do AE Projeções.