O dólar fechou em leve baixa ante o real nesta quarta-feira, 28, na contramão da direção da divisa no mercado externo, onde predominou o sinal de alta, principalmente ante moedas emergentes. Apesar de persistirem algumas incertezas, os investidores evitaram carregar posições compradas em moeda estrangeira. Em meio aos fundamentos domésticos essencialmente positivos, operadores relataram ainda ingressos de recursos externos ao País, com destaque para o segmento comercial.
Nesse cenário, o dólar à vista terminou o dia cotado a R$ 3,2415, em queda de 0,24%. O volume de negócios somou US$ 922,5 milhões, segundo dados da B3. Com o resultado de hoje, a moeda americana encerrou fevereiro com alta de 1,58%. Esse ajuste no mês foi atribuído por analistas a questões cruciais nas última semanas, como o aumento da volatilidade no exterior, a desistência do governo em votar a reforma da Previdência e o rebaixamento do rating do Brasil pela Fitch.
“Apesar da queda no dia, é possível que tenhamos o dólar em um nível mais alto em março”, disse Durval Corrêa, operador da corretora Multimoney. Segundo ele, eventos novos, como o rebaixamento do rating brasileiro e a política monetária dos EUA, têm potencial para gerar uma correção nos ativos brasileiros, principalmente nas ações. Com isso, ele acredita que a moeda poderá orbitar em torno do nível de R$ 3,27 nas próximas semanas.
Ao longo do dia, profissionais do mercado apontaram movimentos diversos que levaram à queda do dólar ante o real, em um dia de desvalorização expressiva dos preços do petróleo e de queda de moedas de países emergentes e exportadoras da commodity. Para José Carlos Amado, operador da Spinelli Corretora, a quarta-feira foi de desmontagem de posições montadas em períodos de maior tensão nos mercados, como ocorreu na véspera. O diretor de uma corretora destacou o fluxo positivo, com fortes vendas por parte de exportadores, inclusive à tarde, quando a cotação atingiu a mínima do dia, aos R$ 3,2359 (-0,41%).
A agenda econômica da quinta-feira será repleta de indicadores, tendo como destaque no Brasil o resultado do PIB do quarto trimestre de 2017. Nos EUA serão divulgados o PCE de janeiro, PMI industrial de fevereiro, gastos com construção e os dados de renda e gastos pessoais (janeiro), entre outros. A agenda de eventos dos EUA tem o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, discursando no Senado, com forte poder de influenciar ativos em todo o mundo.