Economia

Dólar sobe 0,25% em dia de cautela com decisão de juros dos EUA

A expectativa dos investidores pela decisão de política monetária nos Estados Unidos, na quarta-feira, 21, manteve o dólar valorizado ante moedas de países emergentes e exportadores de commodities nesta segunda-feira, 19. Por aqui, a divisa operou em alta desde a abertura, mas voltou a respeitar o teto informal dos R$ 3,30, nível de preço considerado atrativo para a venda.

Nesse cenário, a cotação do dólar à vista oscilou em um pequeno intervalo, de R$ 0,012, e fechou a R$ 3,2861, com ganho de 0,25%. Na máxima do dia, registrada pela manhã, atingiu 3,2958 (+0,55%). Os negócios somaram US$ 906 milhões, segundo dados da B3.

“Esta será a primeira reunião do Federal Reserve sob o comando de Jerome Powell, e também será um encontro com sumário. Uma elevação de juros já está dada, mas o investidor estará atento às sinalizações de Powell e dos demais integrantes do comitê”, disse Cleber Alessie Machado Neto, operador da Hcommcor corretora.

Para o profissional, uma sinalização de alteração no número de altas das taxas dos Fed Funds deve fazer preço nos mercados, com potencial para fazer o dólar furar o teto informal dos R$ 3,30. Por outro lado, diz, se o Fed sinalizar a manutenção do gradualismo e for uma espécie de “não notícia” no dia, quem pode roubar a cena é o Comitê de Política Monetária (Copom), que deve reduzir a taxa Selic e dar sinalizações sobre a possibilidade de novo corte na reunião de maio.

Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, fatores internos vêm contribuindo para um certo balanceamento do mercado de câmbio, mesmo com a correção na bolsa. De acordo com ele, fatores como inflação controlada e juro em queda permitem ao investidor apenas observar o cenário externo neste momento.

“Se houvesse algum distúrbio em posições do Brasil, haveria uma fuga mais forte. Mas como a principal questão é externa, o mercado se controla”, disse o profissional, que não aposta que o BC dos Estados Unidos abandone o gradualismo neste momento, sob pena de “tolher a própria economia, que é o que eles menos querem”.

Mais cedo, o BC brasileiro informou que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) recuou 0,56% em janeiro ante dezembro, dentro do esperado e melhor que a mediana da projeções do mercado, que indicava queda de 0,80%, segundo o Projeções Broadcast. Segundo os profissionais de câmbio, o dado ficou em segundo plano. A questão do protecionismo norte-americano também foi considerada assunto menor, embora relevante, uma vez que a precificação inicial da questão já teria sido feita.

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