O dólar fechou mais uma vez em alta nesta segunda-feira, 15, dando continuidade ao movimento recente de valorização e renovando os maiores patamares desde o início de 2005. No exterior, a crise do petróleo e a expectativa com a reunião do Federal Reserve (banco central dos EUA) esta semana impulsionam a divisa norte-americana, enquanto internamente a sequência de notícias econômicas negativas pressiona o real.
O dólar à vista no balcão terminou a sessão cotado a R$ 2,6870, uma alta de 1,05%. Trata-se do maior nível de fechamento desde 28 de março de 2005, quando marcou R$ 2,7230. Durante a sessão, a cotação chegou a superar R$ 2,70, o que não ocorria desde 29 de março daquele ano. Às 16h30, o giro registrado na clearing de câmbio da BM&FBovespa estava em US$ 1,20 bilhão. No mercado futuro, o dólar para janeiro subia 1,14%, a R$ 2,6965. O volume de negociação estava em quase US$ 13,44 bilhões.
O dólar também subia ante outras moedas emergentes e de países exportadores de commodities, como o dólar canadense (+0,61%), o rand sul-africano (+1,53%) e a rupia indiana (+1,65%). Hoje, o dólar renovou máximas recordes ante o rublo russo e a lira turca, além de ter atingido o maior nível em 16 anos em relação à rupia indonésia.
Essas moedas consideradas mais arriscadas têm sido pressionadas pela crise do petróleo, que já caiu quase 40% este ano e hoje renovou os menores patamares em pelo menos cinco anos. Além disso, crescem as expectativas com o início de um ciclo de aperto monetário nos EUA, com os investidores esperando por mais sinais na reunião do Federal Reserve esta semana.
O real também foi pressionado pelo resultado ruim do índice de atividade do Banco Central (IBC-Br). O indicador caiu 0,26% em outubro ante setembro, com ajuste. As estimativas apuradas pelo AE Projeções iam de variação zero e expansão de 0,53%. Em relação a igual mês de 2013, o índice recuou 1,18%, sem ajuste. As previsões, nessa comparação, iam de queda de 0,80% a avanço de 0,25%. O BC também revisou em baixa os resultados de setembro, na margem (0,40% para 0,26%), e agosto (0,20% para 0,14%).