Estadão

Dominguetti tenta rebater, na CPI, suspeitas em oferta de vacina ao Brasil

O policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira tentou rebater as suspeitas sobre a oferta de vacinas pela empresa Davati Medical Supply ao Ministério da Saúde. Governistas questionaram a negociação e a efetiva capacidade da empresa de vender doses do imunizante para o Brasil. A AstraZeneca, produtora da vacina ofertada, diz não ter intermediadores nos contratos.

Durante o depoimento, o policial afirmou que participou da negociação por meio de um "acordo de cavalheiros" com os representantes oficiais da empresa. Por ser policial militar, ele declarou que não poderia assinar um contrato formal e que sua participação ocorreu como meio de buscar renda extra. Ele ainda disse ter certeza da capacidade da empresa de vender vacinas, apesar dos questionamentos. "Tudo me levava a crer, e ainda me leva a crer, que tinha total condição de fazer a entrada", declarou.

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) afirmou que a CPI precisa convocar o representante oficial da empresa no Brasil, Cristiano Alberto Carvalho, e a própria empresa, sediada nos Estados Unidos. "Podemos estar diante de um golpe internacional, importantíssimo, e esta comissão tem que investigar tudo e a todos", disse Braga.

O senador do MDB, que se declara como independente em relação ao governo do presidente Jair Bolsonaro, foi excluído do grupo de WhatsApp do G-7 na CPI da Covid, composto por parlamentares independentes e oposicionistas. O grupo majoritário da CPI viu um alinhamento maior de Eduardo Braga com o Palácio do Planalto. Além disso, Braga entrou em conflito com o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-BA), sobre a investigação da crise no Amazonas.

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