A exoneração “a pedido” de José Yunes do cargo de assessor especial do presidente Michel Temer está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 15. Yunes pediu demissão ontem, depois de ser citado em delação premiada do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho.
“Não vou ficar tomando porrada”, disse José Yunes a interlocutores para justificar sua saída, conforme divulga a Coluna do Estadão. Melo acusa Yunes de ter recebido propina da Odebrecht em nome de Temer.
Na delação, Melo narra suposto pedido de dinheiro por Temer e a entrega de valores no escritório de Yunes. Melo diz que seu relato é acompanhado de “elementos relevantes” de prova, como “ligações telefônicas”. Ele ressalta que “os dados de corroboração são fortes e permitem que a investigação vá bem além daquilo que o simples acesso ao sistema (de pagamentos) da empreiteira pode permitir”.
Na carta entregue a Temer, Yunes nega as acusações. “Nos últimos dias, Senhor presidente, vi meu nome jogado no lamaçal de uma abjeta delação, feita por uma pessoa que não conheço, com quem nunca travei o mínimo relacionamento e cuja existência passei a tomar conhecimento nos meios de comunicação, baseada em sua fantasiosa alegação, pela qual teria eu recebido parcela de recursos financeiros em espécie de uma doação destinada ao PMDB”, escreveu Yunes. “Repilo com a força de minha indignação essa ignominiosa versão”, acrescentou.