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Dunga sinaliza mudanças e pode tirar tirar braçadeira de capitão de Neymar

Não é de hoje que o comportamento de Neymar em campo gera preocupações para a seleção brasileira e para o clube em que o atacante atua. O técnico Dunga admite que os últimos episódios envolvendo o jogador, como as confusões em campo com a camisa amarela ou com a do Barcelona e as polêmicas extracampo, estão sendo monitorados por ele e sua comissão. Por isto, sinalizou mudanças e pode tirar a braçadeira de capitão do Brasil do craque.

“Tem algumas coisas que a gente vai modificar”, resumiu Dunga em entrevista ao SporTV. “A questão é que tudo que envolve o Neymar toma amplitude muito maior. Isso não significa que ele não tenha se excedido já, mas conversamos. Os episódios que têm acontecido na seleção não são só na seleção. A questão da faixa é que eu achava que daria maior segurança para ele, se sentiria um personagem importante perante os jogadores.”

Apesar de admitir que mudanças deverão acontecer, Dunga minimizou o peso da faixa de capitão para Neymar. O treinador também preferiu não criar polêmica sobre a atitude do jogador depois de ser suspenso na partida contra o Uruguai em março, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. Fora do jogo seguinte contra o Paraguai, o craque foi flagrado em uma festa em Santa Catarina enquanto seus companheiros atuavam em Assunção.

“Dar a braçadeira ou não, é fácil. Já conversamos com o Neymar. No Barcelona, ele não usa a faixa de capitão e acontece a mesma coisa”, comentou. “Neymar tem uma responsabilidade, todo mundo espera que ele vá resolver sozinho, o que não é possível. Mas tudo tem uma repercussão enorme. Ele ter ido participar de uma festa ou não, é coisa dele, é jovem. Às vezes, no futebol, a gente mistura muito as coisas. Temos conversado sobre isso, ele é uma referência e em tudo que ele fizer, é preciso esse pensamento. É preciso saber conviver com isso também.”

Se as polêmicas envolvendo Neymar parecem contornadas por Dunga, o treinador deixou claro que ainda há um descontentamento quando o assunto é em relação ao goleiro Jefferson e o lateral-esquerdo Marcelo. No caso do atleta do Botafogo, o técnico da seleção admitiu incômodo com as reclamações públicas do jogador, que queixou-se da falta de novas oportunidades após ter falhado contra o Chile pelas Eliminatórias, mas voltou a garantir que este episódio não teve qualquer relação com a opção de deixar de chamá-lo nas convocações.

“O jogador tem que entender que dentro da seleção tem uma competição muito alta, então você jogar ou não vai depender do momento, da situação. E é preciso ter respeito e humildade em relação ao goleiro que está entrando, que esperou sua vez. Ele (Jefferson) tem a opinião dele, não tem problema, mas é preciso ter extrema certeza. Avaliamos o jogador dentro e fora do clube, a forma que atua, que toma ou faz gol, tudo é analisado para termos o mínimo de erro possível. Mas ninguém é dono da posição na seleção. É jogo, é competição” afirmou.

Sobre Marcelo, Dunga deixou no ar um episódio que teria acontecido após o duelo diante do Chile, na estreia das Eliminatórias. Já na rodada seguinte, contra a Venezuela, o lateral passou de titular a reserva. “Além da questão técnica, o jogador tem que ser comprometido e ter comportamento. Não vou falar tudo aqui, é só verem o que aconteceu depois do jogo do Chile na nossa chegada e vão entender tudo. Nós vamos fazer o que tem que ser feito para o futebol andar. O cara não pode fazer tudo só porque é bom. Respeitamos as individualidades, mas tem que ter cuidado com o que fala.”

O coordenador de seleções, Gilmar Rinaldi, endossou o discurso de Dunga e confirmou que questões de “comprometimento” são os motivos da ausência de Marcelo na última convocação, para enfrentar Uruguai e Paraguai. O dirigente ainda revelou que foi ele quem entrou em contato com o departamento médico do Real Madrid na época, no episódio que ficou marcado pelo desencontro de informações, uma vez que a seleção alegou que o jogador não tinha condições de jogo por estar lesionado, mas ele acabou entrando em campo pelo Real logo depois.

“Sobre o Marcelo, a culpa neste caso é minha, porque eu fiz a interlocução. Vou cometer uma inconfidência, mas tenho o WhatsApp (aplicativo de troca de mensagens instantânea por celular) do médico do Real Madrid. O Dunga ouviu o que eu passei para ele, que foi o que o médico me passou”, explicou.

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