Economia

Economista do BC aponta disparidade de resultado do governo central e regionais

O chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, salientou nesta terça-feira, 30, o comportamento díspar sobre a economia feita para pagar juros entre os governos regionais e o governo central.
Enquanto o governo central, que reúne Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social apresentou o pior superávit para os primeiros cinco meses do ano da série histórica iniciada pelo BC em dezembro de 2001, os governo regionais, que compreendem Estados e Municípios, registraram o melhor ano nessa comparação.

De acordo com Rocha, de janeiro a maio, a atividade econômica ficou abaixo das expectativas, o que resultado em uma menor arrecadação para o governo central. Já no caso dos regionais, ele lembrou que historicamente esses governos gastam menos em início de mandatos – seja por desconhecimento sobre como funciona a máquina ou ainda por necessitar se inteirar das contas públicas. Além disso, do lado das receitas, houve aumento da arrecadação desses entes por causa da arrecadação do ICMS sobre tarifas que sofreram reajuste, como energia elétrica e combustíveis.

“Houve uma ação diferenciada no governo central e regionais”, resumiu o técnico do BC. Enquanto o superávit primário dos governos centrais foi de R$ 6,655 bilhões nos primeiros cinco meses do ano, o dos governos regionais atingiu R$ 19,238 bilhões. “O conjunto dos Estados puxa o resultado para baixo, mas temos dois fatores comuns a todos os estados que ajudam a explicar esse resultado: maior controle sobre execução das despesas dos governo estaduais e, pelo lado das receitas, reajustes de preços de tarifas que, para os estados são importantes”, pontuou.

Rocha também lembrou que o endividamento aumentou por causa do aumento tanto dos índices de preços quanto das taxas de juros, ambos em processo de elevação.

Meta fiscal

O chefe adjunto do Departamento Econômico do BC desconversou sobre se o governo vai conseguir cumprir a meta fiscal de 2015 de R$ 66,3 bilhões. “Ao não ser o executor da política fiscal, tomamos a informação tal qual ela se apresenta, que é a meta”, disse. Ele acrescentou que avalia todas as variáveis relevantes para a política monetária a cada momento, com a atualização de informações relevantes.

Nos últimos meses, os porta-vozes do BC e os documentos oficiais da instituição têm elogiado o esforço do governo em fazer contingenciamento, alegando que a política fiscal torna os impactos da política monetária mais eficazes. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem garantido que vai cumprir a meta de superávit este ano, apesar de, cada vez mais, o mercado estar receoso de que vá conseguir o feito. De janeiro a maio, a economia que o governo fez para pagar juros soma R$ 25,547 bilhões.

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