As taxas de juro da modalidade rotativo dos cartões de crédito devem se alinhar as praticadas atualmente na modalidade parcelada, disse Fernando Chacon, presidente eleito da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços. Em conversa com jornalistas no Congresso de Meios de Pagamento (Cmep), Chacon frisou que a percepção da Abecs é de que as taxas do rotativo sejam, portanto, reduzidas em 50%, para em torno de 9,9%, se for considerado o teto das taxas praticadas no parcelado. “Em abril veremos a redução das taxas acontecerem”, afirmou Chacon.
Chacon explicou ainda que no Brasil os subsídios cruzados – basicamente o pagamento por parcelamento sem juro – assim como a ausência de mobilização da indústria pela redução das taxas levaram o juro praticado no rotativo a patamares muito elevados. “O regulador enxergando isso e entendendo que nenhum player faria sozinho, tomou a decisão de pacificar a indústria”, disse.
O presidente da Abecs frisou que a associação tem conversado com o regulador a respeito dos subsídios cruzados e que há uma agenda aberta para tratar do tema, mas que se trata “de uma longa jornada”.
Inadimplência
Chacon disse também que ainda não é possível identificar quanto à prevista queda da inadimplência, que deve ser trazida pelas mudanças no cartão de crédito exigidas pelo Banco Central, irá compensar a redução do juro praticado na modalidade de pagamento rotativo.
Em conversa com jornalistas, Chacon comentou também que o modelo de apresentação das opções de pagamento aos usuários de cartões nas faturas pode sofrer adaptações, dado que as mudanças são recentes.
O executivo comentou também que em seu mandato como presidente da Abecs não tem pretensão a atual agenda de inclusão dos cartões como meio de pagamento na sociedade e, citando as fintechs, estimular a participação de novos entrantes, uma vez que a Abecs, como associação, se propõe a ser representante de um grupo relevante de players da indústria com interesse comum.
“Isso já vem acontecendo. Temos representante de novos entrantes dessa indústria e queremos dar voz para que repercutam na associação”, disse.
Chacon comentou também que dentro do processo de migração para a full adquirência, que permitirá que todas as empresas possam processar e liquidar operações, há expectativa de que a grade única de compensação esteja implantada a partir do final deste ano. “Dado a características das duas empresas originais de adquirência, Cielo e Rede, até o final do ano deve ser implantando uma grade única de compensação, com maior relevância a partir do ano que vem”, explicou.