Estrela-Guia: relembre polêmicas envolvendo a novela de Sandy

Estrela-Guia, novela das 6 lançada pela <I>Globo</I> em 2001, está disponível para assistir no Globoplay a partir desta segunda-feira, 6. A produção chamou atenção por trazer Sandy como protagonista, além de seu irmão, Junior, no elenco.

Especulava-se se Sandy poderia contar com regalias e privilégios em relação ao resto do elenco. "Não houve exigências, apenas defini dias e horários de gravação", garantia a cantora.

O único pedido assumido era de que a novela "não será esticada porque está estabelecido no contrato". Em sua exibição original, entre 12 de março e 16 de junho de 2001, teve apenas 83 capítulos.

Com 18 anos na ocasião, ela já vinha aparecendo como atriz no seriado Sandy e Junior. Dizia-se que os roteiristas do programa precisavam perguntar à cantora com quais atores toparia fazer uma cena romântica antes de o roteiro ser escrito.

No caso de Estrela-Guia, seu par romântico era Guilherme Fontes, 16 anos mais velho. Sandy garantia que não havia restrições de cenas: "Não, porque em novela das 6 não há esse tipo de perigo. Há beijo, mas eu dou beijo na boca na vida real, então, não tem problema risos".

Apesar de algumas críticas por parte do público, Sandy era elogiada por Ulysses Cruz, diretor da novela junto com Denise Saraceni e Carlos Araújo.

"Ela é uma artista e não somente uma cantora ou atriz. É aplicada, concentrada e entende de primeira o que se pede a ela. Dificilmente mexeremos na sensibilidade dela como ela mesma já mexe", afirmava.

<b>Polêmica entre Sandy e o Casseta e Planeta</b>

À época, a direção da Globo chegou a solicitar que os humoristas do Casseta e Planeta maneirassem nas piadas envolvendo Sandy. A paródia da novela das 6, que se chamaria Estrela-Virgem, teve seu nome mudado para Estrela-Guria.

Um produtor do Casseta garantia na ocasião que o programa tinha liberdade para brincar com quaisquer nomes da Globo e indicava que a orientação "foi para que a paródia de Estrela-Guia não girasse apenas em torno da cantora, mas de todo o elenco".

Meses depois, o humorista Bussunda deu outra versão sobre o episódio com a cantora ao falar sobre o pedido da emissora para que o grupo não fizesse piada com os atentados terroristas de 11 de setembro, que tinham acabado de acontecer.

"Tudo foi conversado e não houve desacordo sobre a restrição às piadas envolvendo as torres gêmeas. Foi bem diferente da história da Sandy, quando a Globo foi longe ao vetar o quadro", criticou.

<b>O elenco de Estrela-Guia</b>

O cantor Junior Lima também estava presente no elenco de Estrela-Guia, como Zeca, um garoto humilde que vinha do Nordeste em busca de melhores condições de vida. "Ele faz malabarismos no sinal de trânsito. Tive umas aulas de malabares com o pessoal da Intrépida Trupe e agora fico treinando o tempo todo", contava, antes de sua estreia.

No decorrer da novela, o personagem consegue oportunidades após ter seu talento descoberto pela produtora musical do personagem de Gabriel Braga Nunes, Guilherme.

A novela também marcou o retorno da cantora Cida Moreyra à TV após 11 anos, à época, para viver a empregada de Tony, Castorina, além da estreia de Sérgio Marone (Santiago) e Graziella Moretto (Heloísa) em novelas da Globo.

Thais Fersoza, hoje casada com o cantor Michel Teló, interpretava a rebelde Gisela, filha de Vanessa (Carolina Ferraz) na trama.

<b>Boicote evangélico</b>

Em abril de 2001, Estrela-Guia esteve entre produções citadas por pastores de Santa Catarina e Paraná, que promoviam um boicote à televisão em 1º de maio daquele ano.

O grupo religioso divulgou um texto em que criticava as produções da Globo: "uma novela exalta o candomblé e o culto a Iemanjá Porto dos Milagres. Outra, promove o esoterismo Estrela-Guia."

Havia críticas também a outras emissoras, citando "ratinhos e leões" referência ao apresentador Ratinho e a Gilberto Barros, o Leão, além de "tiazinhas" e "feiticeiras" personagens de Suzana Alves e Joana Prado no Programa H, de Luciano Huck.

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