Estadão

EUA discutem aliviar sanções à Venezuela para conter petróleo e isolar Rússia

O governo dos Estados Unidos está buscando aliviar as sanções impostas sobre o petróleo da Venezuela como parte de uma estratégia para controlar a forte alta dos preços da commodity energética provocada pela guerra na Ucrânia, segundo afirmaram fontes familiarizadas com o assunto.

Altos funcionários do governo de Joe Biden iniciaram conversas presenciais com autoridades da Venezuela neste fim de semana, sobre a intenção de permitir que o petróleo cru venezuelano voltei ao mercado internacional. A Casa Branca também planeja isolar a Rússia de seu principal aliado na América do Sul. A Venezuela era um fornecedor essencial de petróleo aos EUA até que má gestão econômica e sanções colapsaram o setor petroleiro do país.

As propostas que estão sendo discutidas em Caracas, capital venezuelana, aliviariam as sanções por um período limitado por motivos de segurança nacional dos EUA. Desde que o governo do ex-presidente Donald Trump começou a apertar os parafusos econômicos contra a Venezuela em 2017 e depois nivelou as sanções ao setor petrolífero em 2019, Caracas passou a depender da China, Rússia e Irã para manter seu setor petrolífero à tona. Em 2020, a Petróleos de Venezuela SA, empresa estatal do país, produzia cerca de 300 mil barris por dia.

Ao afrouxar as sanções agora, os EUA redirecionariam as exportações de petróleo venezuelano de uma rede opaca de exportação com destino à China para as refinarias da Costa do Golfo, que processam o petróleo que a Venezuela produz, disseram as fontes.

A medida também retiraria Caracas da órbita política da Rússia, que ajudou a Venezuela a contornar as sanções dos EUA ao colocar seu sistema financeiro para trabalhar no processamento de pagamentos para a PDVSA, como é conhecida a petrolífera estatal venezuelana. E o alívio das sanções substituiria o fornecimento de petróleo condensado do Irã por diluentes fornecidos pelo Ocidente, como a nafta, de acordo com pessoas familiarizadas com a estratégia do governo Biden.

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