O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comutou a sentença de seu confidente político de longa data Roger Stone, intervindo de maneira extraordinária em um caso criminal que foi central para a investigação sobre a intervenção da Rússia nas eleições norte-americanas.
A iniciativa ocorreu neste sábado, poucos dias antes de Stone começar a cumprir sentença de prisão por 40 meses por mentir ao Congresso, influenciar testemunhas e obstruir a investigação da Câmara sobre se a campanha de Trump conspirou com a Rússia para vencer a eleição de 2016.
Stone, 67 anos, deveria se apresentar na prisão na terça-feira após um tribunal de apelação federal ter rejeitado a sua tentativa de adiar a data de rendição. Mas ele disse que Trump telefonou para ele na noite de sexta-feira para anunciar a sua decisão. "O presidente me disse que decidiu, em um ato de clemência, emitir uma comutação completa da minha sentença, e ele me pediu para prosseguir vigorosamente com minha apelação e defesa", disse Stone por telefone, de Fort Lauderdale, na Flórida, onde estava comemorando com amigos. Embora uma comutação não anule as condenações criminais de Stone, ela o protege de cumprir pena de prisão como resultado.
O movimento marca outra intervenção extraordinária de Trump no sistema de Justiça e ressalta novamente sua disposição de desrespeitar normas e
padrões que governam a conduta presidencial há décadas. Democratas criticaram a ação de Trump. O presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, Adam Schiff, qualificou a ação como "ofensiva ao Estado de direito e aos princípios da justiça". O presidente do Comitê Nacional Democrata Tom Perez questionou: "Existe algum poder que Trump não abusará?"
A secretária de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany, em comunicado, disse que Stone era "vítima da farsa da Rússia da Esquerda e seus aliados na mídia" e declarou que Roger Stone "agora é um homem livre". Fonte: Associated Press.