O dólar já acumula seis sessões consecutivas de baixa no mercado à vista, incluindo a queda de 2,28% nesta quarta-feira, 8, aos R$ 3,3689. Este é o menor valor desde 29 de julho de 2015 (R$ 3,330) e o recuo diário mais acentuado desde 11 de abril de 2016 (-2,76%), de acordo com o AE Dados.
O movimento foi direcionado pela perspectiva de que o novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, deve permitir um dólar mais fraco para ajudar a direcionar a inflação ao centro da meta, de 4,5%. Contudo, na avaliação de um profissional do mercado, a autoridade tende a intervir, para evitar uma queda mais brusca. Discute-se entre especialistas que o patamar de R$ 3,30 a R$ 3,20 pode provocar o BC a fazer ofertas de swap cambial reverso.
Expectativas sobre fluxo cambial positivo com captações corporativas, melhora da percepção sobre a economia chinesa e avanço dos preços de commodities também contribuíram para a queda. O cenário se mostrou hoje mais favorável para os mercados emergentes como um todo, de acordo com economista Ignácio Crespo Rey, da Guide Investimentos, mas o real é destaque de valorização ante dólar em relação a outras moedas de países emergentes e exportadores de matérias-primas. E também ante o Dollar Index, que caía 0,22% às 17h15.
Na mínima intraday, a divisa norte-americana chegou a tocar R$ 3,3669, patamar mais baixo desde 31 de julho de 2015 (R$ 3,3360). O giro à vista somou cerca de US$ 1,485 bilhão. Com o resultado de hoje, o recuo do dólar soma 6,71% em seis sessões e supera a última grande perda de 5,71% acumulada em sete pregões, entre 30 de março até 8 de abril de 2015.
No mercado futuro, às 17h30, o dólar para julho recuava 2,22%, aos R$ 3,3890. O volume financeiro somava cerca de US$ 14,594 bilhões.