Economia

Exportações brasileiras lideram queda em 2014 entre 30 principais economias

O Brasil sofreu em 2014 a maior queda nas exportações entre as 30 principais economias do mundo, caiu no ranking dos maiores vendedores do mundo e perdeu participação no comércio internacional. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 14, pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e alertam que a situação da balança exportadora País continuará a sofrer uma retração em 2015 e 2016.

Ao final de 2014, o País era apenas o 25º maior exportador, superado por Tailândia, Suíça e Malásia. Em 2013, o Brasil era o 22º maior exportador do mundo, com 1,3% da fatia do comércio internacional e vendas de US$ 242 bilhões. Hoje, representa 1,2%.

Entre as 30 maiores economias do mundo, o Brasil apresenta a maior retração nas exportações, com queda de 7%, enquanto a média mundial foi uma pequena expansão de 1%. O ano de 2014 foi o terceiro sem crescimento nas vendas do país para o exterior e as exportações somaram apenas US$ 225 bilhões.

“O Brasil, assim como outros países sul-americanos e de outras regiões, sofreu com a queda nos preços de commodities em 2014 e vemos que esse fenômeno pode continuar a afetar no futuro próximo”, alertou Roberto Azevedo, diretor-geral da OMC.

2015 e 2016

Para 2015 e 2016, a previsão é de que as economias sul-americanas terão o pior desempenho do mundo, com aumento de apenas 0,2% neste ano e de 1,6% no ano que vem. Enquanto isso, a expansão mundial será de 3,3% e 4%. O Brasil será o grande responsável pelo desempenho pior.

Os dados revelam também uma revisão para baixo do crescimento do comércio mundial em 2015. Segundo a OMC, a falta de crescimento nos emergentes e as dificuldades na Europa obrigaram a OMC a prever uma expansão menor dos fluxos comerciais neste ano. Originalmente, a previsão era de uma expansão de 5% em volume em 2015. Mas foi reduzida para 4,3% e, agora, caiu para 3,3. Em 2016, ele será de 4%.

Para 2014 a taxa foi de apenas 2,8%. “O crescimento do comércio tem sido frustrante em anos recentes diante do crescimento baixo das economias depois da crise financeira”, declarou Azevedo. “Olhando para o futuro, prevemos que o comércio continue uma recuperação lenta. Mas com o crescimento econômico ainda frágil e tensões geopolíticas, essa tendência pode ser minada”, disse.

Fim de Era

A queda do Brasil, porém, reflete o fim de uma era de expansão. Em 2001, o Brasil era apenas o 28º maior exportador, com 0,9% do comércio internacional. Em 2005, o País passou a ser o 25º maior, com 1,1% do comércio. O boom nos preços de commodities levou o Brasil a aumentar também sua participação e chegou a acumular 1,3%.

O salto a cada ano chegava a ser de mais de 20% em vendas. Mas o impulso era dado pela inflação nos preços do aço, do açúcar, soja e outros itens. Com o fim da bonança no mercado de matérias-primas, minérios e agricultura colocou a balança comercial em uma nova situação.

A nova posição também reflete a falta de competitividade do setor industrial no mercado internacional. Os dados mostram que a mudança no patamar de preços no setor de commodities não foi compensado por uma alta nos demais segmentos.

Em volume, as exportações brasileiras caíram 1,8%, o que revela que não foi apenas o preço dos produtos que contou. A contração em volumes é superior até mesmo à queda registrada pela Rússia, país sob embargo por causa do conflito na Ucrânia.

As vendas caíram em mais de 11% para os dois maiores destinos das vendas nacionais – Europa e China. Pequim também comprou menos em 2014 de todos seus parceiros. Em volumes, a China expandiu sua importação em apenas 3,9%, contra 9,8% em 2013.

Importações

A desaceleração da economia brasileira também afetou as importações. Em valores, a contração foi de 5% e em volume a queda foi de 2,8%. Entre os importadores, o Brasil era o 21º maior em 2013, com compras de US$ 250 bilhões e 1,3% também do mercado. Em 2014, a posição foi mantida. Mas o baixo crescimento nacional também deve afetar a importação nos próximos dois anos. Na América do Sul, as compras devem cair em 0,5% em 2015, puxadas pelo Brasil.

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