O câmbio operou atrelado à fraqueza do dólar ante moedas emergentes e ligadas a commodities diante de forte recuperação do petróleo, em um dia mais calmo depois da aprovação do texto da reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara ontem à noite, sem mudanças significativas. A fraqueza da divisa dos Estados Unidos foi vista também ante moedas fortes, cuja pressão veio depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, demitiu o diretor do FBI, James Comey, gerando incertezas políticas.
O dólar à vista no balcão terminou o pregão em baixa de 0,52%, a R$ 3,1678, após atingir máxima do dia a R$ 3,1742 (-0,32%) e mínima a R$ 3,1528 (-0,99%). O giro registrado na clearing de câmbio da B3 foi de US$ 1,021 bilhão. No mercado futuro, o dólar para junho perdia 0,81% por volta das 17h15, a R$ 3,1840. O volume de negócios somava US$ 13,7 bilhões.
“Após a vitória do governo, com nove de dez destaques derrubados, o mercado já precifica que, desta maneira, o projeto vai para votação no plenário praticamente como o original”, disse Fernando Oliveira, diretor de câmbio da Abrão Filho Câmbio e Capitais Internacionais.
Já para o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado, “a aprovação do texto é um motivo positivo, mas a queda do dólar foi limitada porque ainda existe incerteza em torno da aprovação no primeiro turno no plenário”, ponderou.
O fator que deu impulso ao real foi o fortalecimento das moedas de mercados emergentes e ligadas a commodities. Além de uma correção das recentes perdas, a alta de mais de 3% do petróleo, que avançou com a notícia de queda nos estoques dos EUA, sustentou os ganhos dessas divisas. Além disso, a inflação ao consumidor na China acima do esperado contribuiu para o movimento comprador.
No exterior, a demissão do diretor do FBI, James Comey, por Trump gerou incerteza política, enfraquecendo o dólar ante as principais moedas. A ação intempestiva de Trump levantou suspeitas entre democratas e outros de que a Casa Branca estava tentando frustrar a investigação do FBI envolvendo a Rússia. Neste contexto, o mercado teme que um Congresso dividido poderia descarrilar a reforma fiscal prometida e o programa de estímulos de Trump.