Quarta-feira, 29, 7h. Enquanto muitos moradores de Guarulhos se dirigiam ao trabalho, outros foram para a rua para protestar contra a falta d´água que, na região do Cabuçu, já durava cinco dias seguidos. Em um período em que as temperaturas ficaram entre 30 e 35 graus em boa parte do dia, bairros da periferia onde predominam ruas de chão batido, a ausência de água nas torneiras se torna o inferno na terra.
A situação era parecida em outros bairros de Guarulhos, como Parque Continental e Recreio São Jorge. Nestes últimos dois, a população não se revoltou ainda, mas sofre com a omissão do poder público municipal que, quando colocado contra a parede, desfila uma série de desculpas quando não coloca a culpa no próprio consumidor que gasta água demais nesses tempos de temperatura alta e umidade relativa do ar baixa.
Na verdade, a falta de água em Guarulhos é um problema crônico que atinge os mais diferentes bairros, inclusive o Centro até em períodos de inverno, quando as temperaturas não são tão altas assim. Há rodízios de água por todos os lados. A população já se acostumou com a rotina de água somente a cada 24 ou 48 horas. O Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) senta em cima do problema e já tem uma resposta pronta, em forma de um texto que mais parece um mantra, de tão repetido que é.
O GuarulhosWeb enviou na terça-feira uma série de questionamentos à assessoria do Saae (veja em quadro). Além de várias perguntas não serem respondidas, o órgão ligado à Prefeitura preferiu distribuir uma nota a toda a imprensa se justificando. Há pérolas do tipo: “A escassez de água não é exclusividade de Guarulhos; essa é uma realidade também de outros municípios da região metropolitana de São Paulo, onde há problema de disponibilidade hídrica para abastecimento de toda população, especialmente no verão, quando aumenta excessivamente o consumo de água”.
Questões não respondidas pelo Saae
A Sabesp já iniciou campanha publicitária informando sobre o risco de desabastecimento na Região Metropolitana. Preciso saber como está a situação aqui. Ha o risco da Sabesp diminuir o fornecimento para Guarulhos? O Saae já foi informado sobre isso? Se sim, como o Saae pretende lidar com essa situação?
Já há desabastecimento em algumas regiões? Quais as áreas mais críticas de Guarulhos?
Quais os números de consumo médio (histórico) nos meses de janeiro a março dos últimos anos? Neste 2014, está muito acima da média?
Em áreas onde já há rodízio, os intervalos sem água podem ficar maiores?
Hoje, qual a região que recebe água com maior intervalo de desabastecimento?
O Saae pretende realizar alguma campanha pontual para alertar sobre o risco de falta de água?
Se houver números de avanço no abastecimento (série histórica), me passe também.