O confronto entre PT e PMDB pela presidência da Câmara dos Deputados é a história de uma batalha anunciada há mais de uma década. Desde 2002, os petistas vêm crescendo em quase todas as esferas eletivas às custas, em muitos casos, dos peemedebistas. Apesar de aliados no plano federal, os dois partidos protagonizaram o embate mais frequente nas eleições de 2012. E, tudo indica, voltarão a se enfrentar nas eleições municipais de 2016.
Essa história está documentada em uma nova ferramenta interativa lançada nesta quinta-feira, 22, pelo Estadão Dados, que permite ao usuário ver a evolução do poder de todos os partidos políticos brasileiros a cada eleição, desde 2002. Ela faz parte do Atlas Político Estadão Dados, que reúne mais de uma dezena de ferramentas de jornalismo de dados que ajudam o cidadão a saber mais sobre política e eleição e que também entrou no ar no mesmo dia.
O atlas agrega em um único endereço mapas, infográficos interativos e textos que mostram, por exemplo, quais empresas financiaram as campanhas eleitorais de quais candidatos, como os parlamentares votam no Congresso, e as tendências da opinião pública. Ele pode ser acessado pelo endereço atlas.estadaodados.com.
Há mais material inédito além da página sobre a evolução do poder dos partidos. O Siga o Dinheiro, gráfico que mostra quem foi financiado pelos maiores doadores na campanha de 2014, foi atualizado com os dados finais dos R$ 4,3 bilhões arrecadados pelos candidatos na eleição passada. Além disso, o Basômetro, ferramenta que mede o governismo de deputados e senadores desde 2003, foi atualizado com as últimas votações do primeiro governo Dilma Rousseff.
Disputa
O novo gráfico sobre o tamanho dos partidos, intitulado Espiral Partidária, revela uma luta constante entre PT e PMDB ao longo das últimas décadas. Os dois partidos são donos das duas maiores bancadas na Câmara dos Deputados e lideram também no número de eleitos em quase todos os outros cargos eletivos. Com exceção dos governadores e deputados federais, o PMDB lidera sobre o PT com uma ligeira vantagem nos outros cargos.
A vantagem peemedebista, porém, era muito maior em 2002, primeiro ano da série histórica da ferramenta – principalmente em nível municipal. O PMDB tinha quase 10 mil vereadores e 1,3 mil prefeitos naquele ano, quatro e seis vezes mais que o PT, respectivamente. A cada eleição municipal, porém, essa diferença vem diminuindo.
A primeira queda foi justamente em 2004, dois anos após a primeira eleição de Lula à Presidência. No último pleito municipal, em 2012, o PT só fez menos prefeitos que PMDB e PSDB. Mas a competição entre os dois aliados federais é ainda maior do que com os tucanos. Outra ferramenta listada no Atlas, chamada O Jogo das Coligações, revela que nenhum outro partido enfrentou um mesmo concorrente mais vezes em 2012 do que PT e PMDB.
Crescimento
O Atlas Político continuará a crescer e a ganhar novas ferramentas. Estão programados dois infográficos novos sobre financiamento eleitoral que serão lançados na próxima semana, em tempo de mostrar as relações entre financiadores e os deputados federais que tomam posse no dia 1º de fevereiro.
O Atlas e suas ferramentas terão atualização permanente de conteúdo e pretendem ser uma referência para acadêmicos, políticos e cidadãos que queiram entender a política brasileira por meio dos números e estatísticas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.