O comitê de investimentos do FI-FGTS adiou a análise de um projeto da Queiroz Galvão Energias Renováveis, subsidiária do grupo de mesmo nome que é investigado pela Polícia Federal na Operação Lava Jato por suspeitas de desvios em contratos com a Petrobras.
A reunião extraordinária do comitê iria analisar, entre outros projetos, o aporte do fundo para a empresa de até R$ 600 milhões – o equivalente a 30% das ações.
A sociedade entre a Queiroz Galvão e o FI-FGTS já estava emperrada. Na ultima reunião do comitê, que ocorreu no dia 29 de outubro, não houve decisão para a sua aprovação. A operação já tinha sido aprovada, em dezembro de 2013. Mas, como o desembolso dos recursos para ampliar os parques eólicos não ocorreu nos nove meses seguintes, é preciso um novo aval do órgão.
Em meio ao quadro de incertezas em relação ao futuro dos empreendimentos das empresas envolvidas na Lava Jato, não houve quórum para a reunião extraordinária do comitê, marcada para esta terça-feira, 18.
Criado há seis anos, o fundo é o segundo maior agente de crédito para infraestrutura do País, atrás do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com desembolso médio anual de R$ 3,7 bilhões. O fundo recebeu autorização para liberar até R$ 10 bilhões neste ano. Para um projeto ser aprovado, são necessários 9 dos 12 votos do comitê.
Na reunião de outubro, os integrantes do comitê de investimento do FI-FGTS autorizaram equipe técnica da Caixa a estudar o financiamento de até R$ 2,5 bilhões à Petrobras para as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Na sétima fase da operação da Lava Jato, chamada de Juízo Final pelos investigadores, foram presos executivos de oito empreiteiras, entre elas a Queiroz Galvão. Há o temor de que o envolvimento das empreiteiras paralise as obras, retardando ainda mais os investimentos, com risco de comprometer o crescimento do País em 2015.