Economia

Fiesp: 72% das pessoas conhecem alguém que perdeu emprego no último ano

O número de pessoas que conhece alguém que perdeu emprego no último ano até março cresceu na comparação com o mesmo período de 2016, segundo a pesquisa Pulso Brasil do Departamento de Pesquisas Econômicas (Depecon), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e Ciesp junto ao Instituto Ipsos Public Affairs. Segundo o levantamento, em março deste ano 72% das 1.200 pessoas ouvidas afirmaram saber da demissão de algum conhecido no último ano, enquanto em 2016 esse porcentual era de 58% dos entrevistados.

A fatia de participantes que conhece alguém que perdeu o emprego e ainda não foi realocado também aumentou, de 21% em 2016 para 31% em 2017. Segundo as instituições, dentre a fatia que está desempregada, houve elevação das pessoas que procuraram outra fonte de renda, de 24% para 35%.

Sobre a situação atual de emprego, 57% dos entrevistados declararam permanecer no emprego em que estavam no ano passado. Além disso, 12% dos participantes permanece sem trabalho e 5% foram demitidos no último ano e não conseguiram recolocação. Há ainda 1% que saiu do emprego voluntariamente, mas ainda não encontrou nova ocupação.

A pesquisa também destaca que 27% das pessoas desempregadas conseguiram reduzir o padrão de consumo que estavam acostumadas. No mesmo período do ano passado, essa fatia era de 9%. Entre a população em geral, houve redução da parcela que diminuiu os gastos com consumo em favor da poupança, de 25% para 13%. Segundo as instituições esse declínio indica que os brasileiros não conseguem diminuir ainda mais seu nível de consumo atual, que já está em patamar baixo por conta da crise econômica.

Em relação ao futuro, 38% dos entrevistados responderem que o mercado de trabalho deve continuar ruim este ano contra 37% que estão mais otimistas em relação à perspectiva de novas vagas.

A pesquisa ainda mostra que, em caso de recuperação econômica este ano, a expectativa é de retomada lenta e gradual do consumo. Entre as pessoas ouvidas, 25% disseram que não pretendem voltar a ter os mesmos hábitos de compra de antes da crise, 22% responderam que devem retomar alguns costumes de consumo e 21% afirmaram que devem voltar aos antigos padrões de forma gradual.

“Essa mudança de hábito de consumo das famílias é natural, apesar de ser ruim para a demanda. É um comportamento visto principalmente por quem passou por dificuldades. O consumidor está arredio a voltar a hábitos anteriores. É uma sociedade que está atemorizada quanto à ocupação”, afirmou Paulo Francini, diretor do Depecon.

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