A atividade da indústria paulista encerrou o primeiro trimestre deste ano com um crescimento de 1,9% sobre o acumulado dos primeiros três meses de 2016, segundo o Indicador de Nível de Atividade (INA) calculado pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp).
Com a expansão trimestral, o setor interrompeu uma série consecutiva de sete trimestres de recuo na produção fabril. No primeiro trimestre de 2016, a produção industrial em São Paulo havia recuado 2,4% na comparação com o mesmo período de 2015.
Março em queda
Se na comparação trimestral a indústria paulista acumula alta, no mês de março ela produziu 0,9% menos que em fevereiro, descontados as diferenças sazonais entre os dois meses bases de comparação. Já no acumulado em 12 meses, na série sem ajuste sazonal, verificou-se uma de 6,6%.
O INA acompanha o total de vendas reais, as horas trabalhadas na produção e a utilização da capacidade instalada (Nuci) da indústria de transformação paulista.
De todos os indicadores de conjuntura que compõem o INA em março, a variável das horas trabalhadas na produção, com queda de 1,6%, foi a que exerceu maior influência na formação do resultado negativo no mês. No sentido contrário, o total de vendas reais subiu 1,7%. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) caiu 0,6 ponto porcentual de 74,7% em fevereiro para 74,1% em março.
Para o diretor do Depecon, Paulo Francini, o resultado negativo de março não invalida a tendência de recuperação já avaliada pela entidade, tendo como base para isso este primeiro trimestre positivo do indicador.
“Mês passado falamos em uma tendência de recuperação lenta, gradual e turbulenta para a indústria. Hoje, acrescentamos que ela se manterá assim, porém com fragilidade e, claro, carregando um olhar também político das reformas, que, de certa maneira, vai moldar o ânimo da economia”, detalha Francini. )
Sensor
A pesquisa Sensor do mês de abril, analisada pelo Depecon da Fiesp e do Ciesp, manteve pontuação estável, acima dos 50 pontos pelo terceiro mês consecutivo. O indicador que mede a confiança da indústria paulista atingiu em abril 50,4 pontos, ante os 50,7 pontos de março, na série com ajuste sazonal.
Leituras acima de 50 pontos sinalizam expectativa de aumento da atividade industrial para o mês.
Dos indicadores que compõem o Sensor, o estoque se destacou, com 49,2, pontos, avanço de 2,2 pontos ante os 47 pontos em março, indicando ter havido diminuição da percepção de estoques excessivos.
O indicador de vendas avançou para 52,8 pontos, dos 50,1 pontos no mês anterior. Já o indicador de mercado passou para 51,5 pontos em abril de 52,8 pontos em março. Acima dos 50 pontos, o Sensor indica melhora das condições de mercado.
O resultado para o indicador de emprego foi de 50,1 pontos, recuo de 3,2 pontos em relação quando registrava no mês anterior 53,3 pontos. Resultados acima dos 50 pontos indicam expectativa de admissões para o mês.