Economia

Fipe reduz projeção para IPC de maio de 0,49% para 0,46%

O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), André Chagas, reduziu nesta terça-feira, 12, de 0,49% para 0,46%, a estimativa para a inflação de maio na capital paulista. Em entrevista à reportagem, ele disse que a alteração na projeção foi motivada por expectativas renovadas de que os grupos Alimentação e Transportes terão um comportamento melhor no mês, com altas menores, que se somam ao começo da perda de força do impacto dos reajustes de energia elétrica no indicador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Nesta terça-feira, a Fipe divulgou que o IPC registrou taxa de inflação de 1,04% na primeira quadrissemana de maio ante alta de 1,10% no fechamento de abril. O resultado ficou colado à previsão de Chagas, que era de uma inflação de 1,03%. Também ficou dentro do intervalo de expectativas dos analistas do mercado financeiro, que, no levantamento do AE Projeções, aguardavam taxa de 0,91% a 1,29%, com mediana de 1,02%.

“Na inflação do mês passado, um total de dois terços foi representado pela energia elétrica. À medida que a alta deste item perde força, a inflação geral vai caminhando para um nível mais próximo dos demais preços”, comentou Chagas. “Mas, para justificar nossa revisão na estimativa, o principal motivo está em Alimentação e Transportes”, disse.

Na primeira quadrissemana de maio, o item energia elétrica subiu 15,65% e respondeu por 0,55 ponto porcentual (53,29%) de toda a inflação registrada pelo IPC. No fim de abril, a alta havia sido de 19,70% e a contribuição chegou a 0,68 ponto porcentual (62,44%) do indicador da Fipe. Com isso, o avanço do grupo Habitação saiu de 2,30% para 1,93% e deve agora caminhar para variações mais leves, como a de 0,48% esperada pelo instituto no fim do mês.

Em relação ao grupo Alimentação, a elevação captada na primeira quadrissemana de maio, de 0,83%, foi idêntica à do encerramento do mês passado. Segundo Chagas, informações de pesquisas de ponta (mais recentes) da Fipe mostram que alguns segmentos responsáveis pela resistência do grupo, como o de Industrializados, devem ter altas menores, num cenário no qual a parte de In Natura já mostra deflação (de 0,80% na primeira quadrissemana) em sintonia com a sazonalidade.

Com este quadro previsto para a Alimentação, Chagas aguarda o grupo com aumento de 0,33% no fim de maio. O processo de desaceleração contempla uma alta de 0,69% na segunda quadrissemana e uma variação positiva de 0,49% na terceira leitura do mês.

Em Transportes, a alta da primeira medição de maio foi de 0,30% e superou a do fim de abril, de 0,23%. A Fipe, entretanto, espera que o atual momento de baixa do etanol (2,23% na primeira quadrissemana) ajude o grupo a não subir muito além do número atual, tanto que Chagas revisou a projeção de maio, de uma elevação de 0,79% para 0,50%.

Quanto à Saúde, o grupo subiu 1,95% na primeira quadrissemana de maio (ante 1,48% no fim de abril), em função dos reajustes recentes de medicamentos no País. Pela previsão da Fipe, o ápice da alta no conjunto de preços aconteceu justamente na leitura inicial de maio, já que o instituto espera variações positivas de 1,92%, de 1,57% e de 1,19%, respectivamente, na segunda, terceira e na medição final do mês.

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