Funcionários da fabricante de caminhões Volvo, de Curitiba (PR) paralisaram a produção na terça-feira, 9, em protesto contra a decisão da empresa de demitir funcionários. A montadora confirmou que pretende cortar 206 postos ainda neste mês “para ajustar a produção à demanda”.
Os cortes serão na área de produção, onde trabalham cerca de 2 mil dos 4 mil funcionários da empresa. Os funcionários programaram para a manhã desta quarta-feira, 10, assembleia para decidir se continuam parados.
“Se a empresa não apresentar alternativa às demissões, vamos manter a paralisação”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka. A fábrica produz cerca de 80 caminhões por dia.
A Volvo informou que opera com pessoal ocioso desde meados do ano. As vendas de caminhões pesados e semipesados da marca caíram 5,9% de janeiro a novembro em relação a igual período de 2013. O mercado total teve queda de 13,3% nesses segmentos.
O sindicato propôs alternativas como lay-off (suspensão temporária de contratos), banco de horas e nova discussão sobre excedentes no início do próximo ano. Um grupo de trabalhadores entra em férias coletivas na segunda-feira, 15, e outro, no dia 22, ambos por 30 dias.
“Não podemos aceitar demissões em massa”, disse Butka. Segundo ele, no meio do ano a Volvo já não renovou contratos de 250 funcionários temporários.
A Volvo é a montadora que paga os mais altos valores de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Neste ano, foram cerca de R$ 30 mil para cada trabalhador. O montante para 2015 ainda será negociado.
Butka informou que outras empresas do setor também estão promovendo cortes. Neste ano, houve 12 mil demissões na base do sindicato, que conta atualmente com 65 mil metalúrgicos. “Até agora foram 3 mil demissões a mais do que no ano passado.”
Nova proposta. A MAN Latin America apresentou na terça-feira, 9, nova proposta aos trabalhadores da fábrica de caminhões e ônibus de Resende (RJ) que será votada em assembleia hoje.
Na segunda-feira, 8, os trabalhadores recusaram acordo que previa redução de jornada e salários, abertura de um programa de demissão voluntária (PDV) e reajuste zero para os salários em 2015. Em troca, a empresa oferecia abono de R$ 2 mil e PLR de R$ 2 mil.
Na nova oferta para os quase 2,9 mil funcionários da MAN e das empresas de autopeças instaladas ao redor da fábrica a proposta de abono subiu para R$ 2,5 mil e a de PLR para R$ 5 mil. A redução da jornada, que não tinha limites, foi estabelecida em 10%. A cada quatro semanas a fábrica deixa de operar dois dias e essas folgas não serão remuneradas.
O PDV está mantido, mas não foi divulgada meta. O Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense informou que vai defender a proposta na assembleia de hoje por acreditar “ser o caminho para passar por esse momento de crise”.
Na Volkswagen de São Bernardo do Campo (SP), onde trabalhadores também rejeitaram acordo que previa PDV para 2,1 mil pessoas e abono no lugar de reajuste salarial ainda não foi agendada reunião entre empresa e sindicato para avaliar uma nova proposta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.