Diante da crise hídrica, o governo recomendou manter a medidas de retenção de água nos reservatórios de algumas usinas hidrelétricas localizadas no Sudeste/Centro-Oeste até outubro do próximo ano, mesmo durante o período de chuvas. A decisão indica que parte do plano imposto nos últimos meses está funcionando, mas que é necessário atenção e monitoramento constante para garantir a segurança no fornecimento de energia.
A recomendação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) foi feita em reunião nesta terça-feira, 5. A medida vale para as usinas hidrelétricas Jupiá e Porto Primavera no período de dezembro de 2021 a outubro de 2022. A decisão é baseada em estudos sobre a permanência das restrições solicitadas pelo governo. Até então, a previsão era reter mais água nos meses de dezembro a abril do próximo ano.
Durante a reunião, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicou que, apesar de o País ainda estar no período de seca, já foi observado início de chuvas em algumas regiões no último mês, principalmente no Sul do País. Diferentemente de outros sistemas, que enfrentam uma situação mais grave, o armazenamento de água nas usinas hidrelétricas no Sul finalizou o mês de setembro em patamar superior ao verificado em agosto.
Além disso, o ONS informou que o cenário meteorológico indica possíveis chuvas no curto prazo, mas manteve a sinalização de que a situação ainda exige atenção e monitoramento permanente. Também foi avaliado que as medidas já em operação, como acionamento de térmicas, mesmo as mais caras, são fundamentais para garantir a segurança no fornecimento de energia.
Frente aos estudos apresentados para enfrentamento da crise no setor elétrico, o colegiado também recomendou estudos sobre a operação da usina Belo Monte no período úmido no próximo ano, “tendo em vista os ganhos de geração estimados e benefícios sistêmicos”. O CMSE também pediu a aprovação para uso de ofertas de energia ligadas ao programa de redução voluntária voltado para grandes consumidores, como as indústrias, e de algumas térmicas que voltarão a operar.
Todas as recomendações serão encaminhadas para avaliação da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg), a quem cabe avaliar as indicações e bater o martelo final. O Ministério de Minas e Energia não informou quando será realizada a próxima reunião do colegiado, que é presidido pelo ministro Bento Albuquerque e é formado por diversos ministros.