Das 21 maiores cidades do Estado de São Paulo, com população igual ou superior a 300 mil habitantes, Guarulhos aparece apenas na 17ª posição no ranking de saneamento divulgado pelo Instituto Trata Brasil nesta segunda-feira. Guarulhos só fica a frente de Itaquaquecetuba, Carapicuíba, Guarujá e Osasco.
Já entre os 81 maiores municípios do Brasil, a cidade aparece na 48ª posição no ranking. O levantamento tem base no SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, ano 2009, quando a cidade não tratava nada de esgoto – agora Guarulhos trata 15% – recém divulgado pelo Ministério das Cidades.
A primeira posição do ranking de saneamento ficou com a cidade de Santos que trata 99% do esgoto produzido. O Estudo revela lentidão nos avanços do atendimento voltado a água e esgotos, além de mostrar o que ocorre com esgoto gerado por mais de 72 milhões de brasileiros.
O Brasil melhora muito lentamente na prestação dos serviços de água, coleta e tratamento dos esgotos, mesmo após a retomada dos investimentos no setor, e está distante da tão sonhada "universalização" dos serviços que não acontecerá sem um maior engajamento e comprometimento dos governos federal, estaduais e principalmente os municipais, conforme constatação do estudo.
"São as cidades que concentram a maior parte da população do país e, portanto, também os maiores problemas sociais decorrentes da falta destes serviços", afirmou Édison Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil.
Apesar dos atrasos para a entrega das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), o Instituto Trata Brasil considerou – em abril – satisfatório o ritmo das obras de esgoto realizadas com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no município. A ETE São João está em funcionamento desde setembro de 2010 e é responsável pelo tratamento de 15% do esgoto da cidade.
Obras de ETE seguem atrasadas
O tratamento de esgoto na cidade poderia ser maior se o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) Guarulhos já tivesse cumprido o prazo de entrega da Estação de Tratamento de Esgosto (ETE) Bonsucesso, ainda sem data prevista para ser entrega. Com investimento de cerca de R$ 89 milhões e atrasos nas obras, a ETE Bonsucesso, que terá capacidade para tratar 20% do esgoto coletado.
No total serão R$ 133 milhões de investimentos, que incluem também a construção de outras três unidades: a ETE Cabuçu, a ETE Fortaleza e a ETE Várzea do Palácio, além da ETE São Miguel, que tratará os resíduos de Cumbica e Pimentas, mas será operada pela Sabesp, já que pertence ao Sistema Metropolitano.
