Estadão

É hora de parar guerra contra a natureza, diz presidente do Conselho Europeu

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse nesta sexta-feira, 24, em discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, que o mundo está em um "ponto de virada na história". "Estamos em uma guerra global, sem exércitos e opositores", afirmou, em referência à crise climática. "É hora de pararmos essa guerra contra a natureza."

"Sabemos que nem todos os países estão no mesmo ponto na agenda sustentável", disse Michel, "países industrializados mostraram suas responsabilidades em apoiar os que estão em desenvolvimento."

No que tange à geopolítica, Charles Michel afirmou que a crise no Afeganistão é uma "falha" para a comunidade internacional. "Uma coisa é certa: o fim das operações militares não é o fim do compromisso da União Europeia com o Afeganistão". Michel também observou que as democracias ao redor do mundo estão sob pressão interna e externa.

<b>Fluxos financeiros</b>

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu nesta sexta a mobilização de fluxos financeiros internacionais para o investimento em energia renovável. "Não temos tempo a perder na transição energética", alertou o mandatário durante o evento "Diálogo de Alto Nível sobre Energia 2021", da Organização das Nações Unidas (ONU).

Sousa disse que o governo português está "decidido" a cooperar internacionalmente na luta contra a mudança climática. Ele também reafirmou o compromisso do país de zerar as emissões líquidas de carbono até 2050.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou, no mesmo evento, que a mudança climática é o desafio "mais significativo" que a humanidade já enfrentou. O mandatário também disse que a crise do clima só pode ser superada com cooperação internacional.

Erdogan ressaltou que a Turquia é o quinto país da Europa com mais capacidade instalada para geração de energia renovável. O líder ainda garantiu que o país continuará a fazer sua parte para combater a mudança climática e impulsionar a transição energética.

Já o presidente da Colômbia, Iván Duque, afirmou que o país vai implementar incentivos fiscais para o uso de energias renováveis. Durante o evento na ONU, o líder sul-americano disse que as metas ambientais de seu governo têm sido "ousadas".

Duque se comprometeu em reduzir as emissões de carbono da Colômbia e em impulsionar a transição enérgica. O mandatário também disse que gostaria de ver um compromisso de toda a América Latina com o combate à mudança climática.

<b>Saúde</b>

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, afirmou nesta sexta-feira que é hora de agir para combater a mudança climática. O líder também participou do evento "Diálogo de Alto Nível sobre Energia 2021", da ONU. Segundo Tedros Adhanom, os investimentos em energias renováveis são importantes para o funcionamento de muitos centros de saúde.

<b>Combustíveis fósseis</b>

A diretora-gerente do Fundo Monetária Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou nesta sexta que os subsídios de combustíveis fósseis custaram US$ 6 trilhões ao mundo em 2020, o que representa 6,8% do PIB global.

"Sem reduções dramáticas no uso de combustíveis fósseis, veremos uma destruição incalculável ao nosso meio ambiente e contínuos
danos à saúde e aos meios de subsistência das pessoas", afirmou. Segundo Georgieva, acertar os preços dos combustíveis fósseis é a chave para as reduções. "Os preços devem refletir totalmente os custos de fornecimento e os custos ambientais, especialmente as emissões de carbono e poluição do ar local", indicou sobre as fontes de energia.

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