Em mais um dia descolado do movimento positivo do mercado acionário no exterior, o Ibovespa fechou a sexta-feira, 16, perto da estabilidade (-0,05%), aos 84.886,48 pontos, com as notícias corporativas locais pesando mais. Além disso, os investidores se acautelaram frente a eventos econômicos relevantes datados para a próxima semana, como as reuniões dos comitês de política monetária tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos. Na semana, as perdas do índice à vista somam 1,72%.
“A bolsa brasileira teve uma valorização importante nos últimos meses e passa por uma correção leve em um dia de cautela à espera do Fed (Federal Reserve) e do Copom”, disse Carlos Soares, analista da Magliano Corretora.
Hoje, segundo dados preliminares da B3, o giro financeiro chegou a R$ 17,4 bilhões, muito influenciado pelas negociações em torno da fusão entre Suzano e Fibria (a segunda ação mais negociada em volume).
Álvaro Bandeira, economista-chefe da ModalMais, afirma que o mercado brasileiro está buscando um ponto de equilíbrio diante de um quadro geopolítico mais difícil e que gera incertezas. Ele lembra que os investidores estrangeiros têm saído de suas posições em ativos de risco e que os locais têm apresentado mais cautela.
De acordo com a B3, até o dia 14 de março, os investidores não-residentes já retiraram R$ 3,043 bilhões do pregão. Com isso, o saldo no ano vai sendo reduzido e estava em R$ 2,273 bilhões na última quarta-feira.
Para Bandeira, há um recrudescimento do ponto de vista diplomático e isso influencia mais o mercado acionário local. “O pano de fundo são dois fatores maiores: ou a possibilidade de uma guerra fria ou de guerra comercial”, diz. “A situação diplomática esgarçada entre Rússia e Reino Unido, por um lado, e as ações protecionistas do governo Donald Trump.”
Muito embora os contratos futuros de petróleo tenham apresentado recuperação – subindo em torno de 1,5% – ao longo do dia, as ações da Petrobras não conseguiram tração para recompor as perdas vistas na sessão de ontem em razão da má recepção dos investidores às notícias sobre a política de dividendos e ao balanço da empresa. Os papéis ON e PN da petroleira fecharam em alta de 1,08% e 0,56%.