Economia

Ibovespa perde os 84 mil pontos em linha com NY e sob impacto de dólar forte

O Ibovespa abriu a sessão de negócios desta terça-feira, 15, renovando mínimas e perdeu o nível dos 84 mil pontos, alinhado aos índices futuros em NY, que acentuaram levemente a queda após dados de vendas no varejo mais fortes nos Estados Unidos. Os números contribuíram para elevar a percepção de que a inflação deve prosseguir em trajetória de alta e pode forçar o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) a apertar mais sua política monetária. Com isso, houve um novo movimento de fortalecimento do dólar pelo mundo e impulso para os juros dos Treasuries – o juro da T-Note de 10 anos foi à máxima de 3,0484%, ante 3,02% registrado antes dos indicadores.

De acordo com o Departamento do Comércio, as vendas no varejo de abril avançaram 0,3%, em linha com as expectativas, mas o que chamou atenção foi a revisão do dado do mês anterior, que passou de +0,6% para +0,8%, em mais uma confirmação da saúde da economia norte-americana.

Pouco antes do fechamento deste texto, contribuía também para o aumento do ritmo de queda do Ibovespa a desvalorização do petróleo no mercado internacional. Após subir mais de 1% pela manhã, os preços do petróleo inverteram e passaram a recuar em meio ao fortalecimento acentuado do dólar ao redor do mundo.

Às 10h59, o Ibovespa perdia 1,52%, aos 83.933,61 pontos.

Do ponto de vista externo, diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora, contribuem negativamente os índices das bolsas dos Estados Unidos – onde o Dow Jones recuava 0,80% -, a desvalorização do minério de ferro em 2,40%, para US$ 67,28, no porto de Qingdao, na China, e o contínuo fortalecimento do dólar frente a outras divisas de economias emergentes e desenvolvidas. Pesam também as incertezas políticas na cena doméstica.

O operador ressalta que a Bolsa está dentro de um canal entre os 83 mil e 87 mil pontos. “Quando começa a ensaiar melhora chama o fluxo vendedor”, acrescenta. Nesse sentido, após acumular alta de quase 3% em uma semana, passou a realizar.

Por aqui, dados que mostram ritmo mais fraco para a retomada da economia também estão no radar dos investidores. Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o volume de serviços prestados caiu 0,2% em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal. O resultado veio dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam desde uma queda de 1,0% a uma alta de 0,2%, com mediana negativa de 0,40%.

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